“Por esta razão, os guineenses devem
unir-se a volta dos interesses comuns em detrimento dos interesses
particulares, passando assim pela reconciliação nacional, reforma no
sector da Defesa e Segurança”, aconselhou.
Jaló defendeu ainda a abolição do clientelismo na função pública , o
combate ao narcotráfico, a diferença da crença religiosa e cor
partidária, acrescentando que só assim os filhos da Guiné-Bissau podem
sentir-se orgulhosos do seu país e pelo que os combatentes da liberdade
da pátria lutaram.
“ Para mim, o sector da justiça deve merecer especial atenção porque sem
ele, os guineenses não vão poder sentir-se seguros nas suas próprias
casas, enquanto cidadãos e por outro lado, devem ser criadas as
condições necessárias para os homens da Justiça e para que possam
exercer as suas funções de forma imparcial”disse o líder da bancada
parlamentar dos renovadores.
Aquele responsável afirmou que a inoperância dos factos a cima referidos
está na origem dos diferentes momentos conturbados que o país tem
vivido até aqui.
Serifo Jaló apelou a todos os guineenses para encararem a data como um
momento da viragem da página da história do país que os viu nascer.
Por sua vez, o Secretário Nacional do PAIGC Augusto Olivais afirmou, que
com 39 anos da independência, a Guiné-Bissau escreveu uma página
gloriosa e progressiva da sua história.
Explicou que, nestes trinta e nove anos, o país formou vários quadros e
enquanto na era colonial em quinhentos anos, um guineense só se podia
concluir a quarta classe e que era mais para a classe burguesa.
Aquele político, referiu que há actualmente muita disputa entre
guineenses e isso só pode ser resolvido com diálogo, apontando os
culpados, perdoar e ter a coragem de dizer a verdade, salientando que
isso deve acontecer sem espírito de vingança.
“Ninguém está interessado em estragar este país, todos nós temos que
trabalhar no sentido de prevenir, e resolver os conflitos”, avisou.
Olivais afirmou que todo e qualquer luta têm os seus custos, frisando
que, mesmo a política quanto mais a de libertação nacional que teve
derramamento de sangue e mutilados, tudo isso para sermos “donos” de nós
mesmos” explicou.
“Estou convicto não só como político, mas como psicólogo de profissão,
que os homens são capazes de se entenderem conversando. Não é necessário
levantar armas, nem matarmos uns aos outros”, concluiu Augusto Olivais.
Entre cidadãos comuns as opiniões se divergem sobre os ganhos da
independência.
Por exemplo, o comerciante Nbá Biaguê Sissé defendeu que foi muito
acertado a opção que resultou na conquista da independência nacional,
pois tal permitiu por cobro a dominação colonial que imperava a séculos
no país.
“Porém, depois da independência e sucessivamente, o país foi mal gerido,
razão pela qual nos encontramos na situação em que estamos”, destacou
este homem de negócios que acusa os políticos de serem os principais
responsáveis pela instabilidade que a Guiné-Bissau viveu durante todo
este período. “São incapazes de governar o país”, desabafou Nba Biaguê
Sissé.
Ao concluir, Biaguê Sissé exortou aos guineenses a unirem-se a fim de
levar o país avante, mas para tal, defendeu, “é preciso que se ponha
termo a má governação, para preparar um bom futuro a geração vindoura.
Opinião contrária defendeu a cidadã Elonaida Gomes Monteiro, que se
mostrou bastante decepcionada com a situação de extrema pobreza que
grassa na sociedade guineense, apesar de terem decorrido mais de 39 anos
depois da assumpção, pelo país, da sua liberdade plena.
“A única coisa que devemos fazer é juntarmo-nos como guineenses e pormos
de lado questões tribais”, aconselhou Elonaida Gomes Monteiro, que
evoca o diálogo como solução para qualquer diferendo entre guineenses.
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