sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Carlos Gomes Júnior admite voltar a candidatar-se a líder do PAIGC

Bissau   Carlos Gomes Júnior, que há 11 anos dirige o maior partido da Guiné-Bissau e em Abril retirou a sua recandidatura ao cargo, admitiu hoje que “até à última hora” poderá voltar a candidatar-se.
Em declarações aos jornalistas em Lisboa, após uma conferência de imprensa em que afirmou ser candidato a presidente da Guiné-Bissau nas eleições de Novembro  Carlos Gomes Júnior recordou que até ao congresso do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) é líder do partido.
Questionado se pondera voltar a candidatar-se, o dirigente disse: Como presidente do partido, “dirigirei os trabalhos do congresso. Até à última hora, posso apresentar a minha candidatura”.
Afirmando-se “o elo da estabilidade do partido”, prometeu continuar a trabalhar nesse sentido.
O congresso do PAIGC esteve marcado para maio, mas foi adiado e ainda não tem data marcada.
Neste momento há sete candidatos conhecidos à liderança do partido, seis dos quais subscreveram, no final de junho, um acordo para promover a união interna do partido, a “Plataforma do PAIGC para a unidade e coesão interna do partido”.
Aquele documento, assinado por Aristides Ocante da Silva, Cipriano Cassamá, Vladimir Deuna, José Mário Vaz, Francisco Benante e Domingos Simões Pereira, prevê que o presidente do partido passe a dedicar-se apenas ao aparelho, sendo outro o candidato a primeiro-ministro.
Caso se concretize aquela mudança, no próximo congresso do PAIGC, Carlos Correia será escolhido como presidente, por consenso, cabendo-lhe a tarefa de reorganizar e unir o partido.
O candidato a primeiro-ministro será depois escolhido por voto secreto na primeira reunião do comité central após o congresso.
Até agora o presidente do partido era também o candidato a primeiro-ministro nas eleições legislativas.
Confrontado hoje com a iniciativa dos candidatos, que apenas não foi subscrita pelo candidato Braima Camará, Carlos Gomes Júnior disse ser “opção deles”.
No entanto, afirmou: “Eu, enquanto presidente do partido, se vir que há grupos que podem desestabilizar o partido, poderei, assim querendo os nossos militantes, apresentar a candidatura para assegurar a estabilidade interna do partido”.
“Quando for eleito Presidente [da República], dada a própria incompatibilidade constitucional, um dos vice-presidentes [do PAIGC] assumiraá as rédeas do destino do partido”.
Carlos Gomes Júnior chegou a apresentar a candidatura a líder do PAIGC, mas em abril anunciou a retirada da candidatura para que o próximo congresso do partido decorresse com estabilidade.
“Vou retirar a minha candidatura para demonstrar que não quero ser um obstáculo ao partido nem ao desenvolvimento da Guiné-Bissau”, disse Gomes Júnior, que completa 11 anos à frente do PAIGC, e que, na altura do golpe de Estado de abril de 2012, era o candidato favorito na segunda volta das eleições presidenciais.
A Guiné-Bissau vive um período de transição desde o golpe de Estado que, a 12 de abril do ano passado, afastou o governo eleito.
O Presidente interino, Raimundo Pereira (que ocupava o cargo na sequência da morte do Presidente eleito Malam Bacai Sanhá), e o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, foram afastados e estão desde então em Portugal.
Em maio do ano passado foi constituído um governo de transição para conduzir o país até às eleições, que deviam realizar-se no prazo de um ano. Atrasos vários no processo levaram a que o período de transição fosse estendido até ao final deste ano.
As eleições gerais estão agora agendadas para 24 de novembro e são já conhecidos três candidatos: Carlos Gomes Júnior, o ex-diretor-geral da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa Hélder Vaz e a o antigo ministro da educação da Guiné-Bissau Tcherno Djaló.

2 comentários:

  1. Irmaos guineenses, se Carlos Jr. (Cadogo) disse:

    "Vou retirar a minha candidaturapara demonstrar que nao quero ser obstaculo ao Partido(PAIGC), nem ao desenvolvimento da Guine Bissau!"

    Aqui Cadogo mostrou ao ver, maturidade politica.

    Guineenses, esses problemas que envolvem Carlos Jr. - nao passaram, alias pioraram.

    O regresso de Cadogo para o seu pais, e seu involvimento na vida politica activa, " nao sera obstacula ao pais?"
    "Nao havera instabilidade?"
    Sera?
    Eu duvido!

    Os guineenses tiveram duvidas, no momento de regresso de Nino Vieira. Porque havia problemas por resolver pela justica guineense, mas que nada foi feito.
    Depois pior aconteceu, lamentavelmente.
    Um abraco para todos! Francisco Sanha.

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  2. Paulo escreveu: "Guineenses, chegou o tempo de grande preocupaçao para uns e menos para outros! Todos sabemos que existe muitas coisas por exclarecer no país, no entanto, esperemos que tudo tenha um bom começo ...,muitas pessoas hoje nao se lembram de que a história , o segredo do país está n colo do nosso povo. Para já, estao a chegando os politicos de asas grandes( avestruzes) para uma nova corrida que já foi anunciada pelo presidente da república...Mas atençao! o povo guineense possui desde sempre uma larga experiencia sobre o real assunto da naçao o exemplo disso foi as duas grandes teatros de guerras: a luta de libertaçao nacional, o caso 7 de junho 1998. Que ninguém nao se confunda que o povo nao sabe nada dada ao indice elevada do analfabetismo no país! Certos politicos demagogos intimidam o povo com intuito de poder reinar..., como se nada tivesse ocorrido no país . obgd"

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