O Estado-Maior General
das Forças Armadas da Guiné-Bissau fez hoje, terça-feira, uma apresentação
pública de quatro pessoas que disse serem suspeitas de uso de armas, do
fardamento militar e de uma viatura civil, mas com uma matrícula militar.
De acordo com o
porta-voz das Forças Armadas guineenses, as pessoas em questão disfarçavam-se
de militares para levarem a cabo assaltos à mão armada, na cidade de Bissau.
O brigadeiro-general
Daba Naualna disse que os suspeitos foram presos uma operação lavada a cabo na
noite da segunda-feira pela Guarda Nacional, no Bairro Militar.
Perante os elementos da
comunicação social guineense, nas instalações do Estado-Maior, Daba Naualna,
mostrou-se aliviado, depois de ter sido confirmadas, como dizem, as suspeitas
iniciais das chefias militares guineenses. “Isto veio confirmar, de um certo modo,
aquilo que o Estado-Maior General das Forças Armadas vem dizendo,” indicou Daba
Naulna.
Para o porta-voz dos militares,
nos últimos tempos tem havido “uma proliferação de armas e também de fardas”,
fazendo com que “pessoas não autorizadas andarem fardadas e com armas, levando
a cabo projectos ilícitos”.
Terão sido essas
suspeitas que levaram a tomada de uma medida em que o chefe de Estado-Maior das
Forças Armadas António Indjai teria ordenado que todas as viaturas militares
tivessem matrículas da instituição castrense.
Hoje, à frente dos
jornalistas, estava uma viatura de modelo BMW que ostentava uma chapa de matrícula
militar.
Tal como as chapas de
matrículas, Daba Naualna também acredita que há ainda mais armas nas mãos dos
civis que têm escapado o controlo dos militares, faz décadas.
“Há pessoas disfarçadas
em militares, com armas militares a fazerem assaltos e depois de tudo acaba por
ser da responsabilidade das forças armadas. As pessoas perguntam então como é
que eles conseguem ter armas militares? A resposta é tão simples: desde a
guerra de 7 de Junho que houve um descontrole de armamento. Não há controlo efectivo.
Não é que não o queiramos fazer, mas as armas estão dispersas de tal maneira
que hoje não se consegue com facilidade fazer-se a recolha total”, declarou o
brigadeiro-general.
No ponto de vista de
Daba Naualna, uma das soluções podia ser o caso de Moçambique: “disse há tempo
que talvez seja necessário fazer aquilo que se fez em Moçambique, com o apoio
financeiro das instituições internacionais que dariam dinheiro e em troca de
armas. Compravam-se armas das mãos das pessoas que as detêm. Mas isto não está
a acontecer e continuamos infelizmente nessa situação”, lamentou Naualna.
Para sublinhar a
gravidade da situação, Daba Naualna disse que a detenção destes quatros
suspeitos, cujos nomes ainda não foram revelados, “é apenas uma demonstração.
Isto aqui pode ser a ponta de icebergue. A situação pode ainda ser pior”. Por
outras palavras, realçou Naualna, “pode ser que muita gente tem armas, como tem
acontecido de algum tempo à esta parte com assaltos e até espancamentos”,
caucionando que suspeitos como estes têm cometido crimes que “fogem o controlo
dos militares porque as pessoas que levam a cabo estes tipos de actos” podem
não ser o que aparentam.
O porta-voz das FARP
aproveitou a ocasião para distanciar os militares dos actos de natureza
ilícita, tais como os assaltos à mão armada.
// GBissau.com
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