O Governo de transição reagiu às declarações do Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, segundo as quais Rui Machete classificou o embarque de cidadãos sírios de Bissau para Lisboa como «um acto de terrorismo».
Para
Fernando Vaz, porta-voz do regime de Bissau, a mentalidade do governante
português é de quem vê terrorismo em tudo, como aconteceu no período de luta
armada de libertação nacional na Guiné-Bissau, tempo que disse pertencer à
geração de Rui Machete.
«A
mentalidade deste homem, infelizmente, é de quem vê terrorismo em tudo, tem
alguns problemas mal resolvidos», referiu Fernando Vaz, acrescentando não
querer entrar em detalhes sobre as declarações de Rui Machete, por considerar
estar a colocar-se «ao mesmo nível».
O
porta-voz informou que o seu Governo está a trabalhar no sentido de a
Guiné-Bissau ter a sua própria companhia aérea, de forma a não depender de
outras companhias, numa alusão à suspensão dos voos da TAP para Bissau.
No
que respeita ao pedido de demissão do ministro dos Negócios Estrangeiros,
Fernando Delfim da Silva, e à colocação do lugar à disposição por parte do
ministro do Interior, António Suca Ntchama, Fernando Vaz minimizou o impacto
sublinhado que casos desta natureza são raros na Guiné-Bissau.
Sobre
a greve geral em curso no país, o porta-voz revelou que o Governo já deu
início, esta quarta-feira, 18 de Dezembro, ao pagamento dos salários aos
funcionários públicos, mas desmentiu que o Executivo tenha uma dívida de três
meses para com os funcionários mas apenas dois, ao Ministério do Interior e ao
Ministério da Defesa.
No
que concerne ao processo de recenseamento eleitoral, Vaz reconheceu que o
processo está a decorrer com dificuldades, informando que o Executivo está a
fazer diligências no sentido de aumentar o número de «kits» eleitorais e as
brigadas, com a chegada de mais materiais nos próximos dias.
Fernando
Vaz fez estas declarações à estação «rádio Jovem» esta quarta-feira, 18 de
Dezembro. Trata-se de um dos membros do Governo da Guiné-Bissau com dupla nacionalidade,
luso-guineense.
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