Algo inaudito está
acontecendo com a Igreja Católica sob a direção do Papa Francisco. Uma coisa é
falar dos pobres e dos excluidos e denunciar a violência praticada contra eles.
E deixá-los lá longe com suas penas.
A Igreja assumia,
normalmente, uma função tribunícia: se propunha representar, como um tribuno,
os pobres. Agora com esse Papa, na linha da tradição latino-americsna, os
pobres e excluidos são considerados sujeitos autônomos. Como tais são
convocados a Roma, junto à Sé Apostólica, para falarem por si mesmos. Ouvir a
versão das vítimas e não apenas ouvir os analistas cinetíficos das causas que
os tornam o que são, excluidos e explorados.
O Papa empenhou a Academia Pontificia de
Ciências para estudar as causas desta perversão. O tema fala por si: “A
emergência dos Exluidos“. Isso nos remete a um tema central da Teologia da
Libertação ainda nos seus primórdios:”A emergência dos pobres“. Lá estava João Pedro Stédile do Movimento dos
Sem Terra- Via Campensina, Juan Grabois
do Movimento do Trabalhadores Excluidos e ainda os Trabalhadores da Economia Popular
entre outros que falaram no seu próprio
dialeto de movimentos de base. Grabois foi posteriormente recebido pessoalmente
pelo Papa. Uma coisa é ver o Brasil a partir das caravelas dos colonizadores: a
paisagem é uma. Outra coisa é ver o Brasil a partir da praia: uma paisagem
diria paradisíaca composta de indios inocentes, nus e hospitaleiros. É um outro
Brasil.
Algo semelhante ocorre
aqui. Agora podemos ouvir como as vítimas denunciam elas mesmas os causadores
de sua desgraça e da guerra total que se move contra a Mãe-Terrra. Como vão se
justificar os “donos” do mundo, do dinheiro, dos rumos que impõem com força e
violência aos outros? Terão que vir a público e todos poderemos ver as suas desrazões e a crueldade e impiedade
que praticam contra o sistema-vida, sistema-Humandidade e sistema-Terra. Por
que a grande mídia não deu relevância nenhuma a este fato? É porque essa
“gente” não conta para o sistema. Somente atrapalham “o crescimento”. Mas algo do
Spirtus Creator, chamado de “Pater pauperum” pela liturgia da festa do Espírito
Santo, o “Pai dos Pobres” está irrompendo na Humanidade pelos caminhos da
Igreja franciscana de Francisco de Roma, seguidor de Francisco de Assis. Poderá
ser o começo de uma nova vontade de reinventar a Humanidade par que não seja
tão malvada e inimiga da vida.
Li em Leonardo Boff
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