segunda-feira, 21 de julho de 2014

Namíbia, Geórgia, Turquia e talvez Japão podem entrar como observadores associados



Namíbia, Geórgia e Turquia poderão entrar como observadores associados da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) na cimeira em Díli, na quarta-feira, um retrato da globalização de que a organização não se pode excluir, defende o secretário executivo.

Os chefes de Estado e de Governo reunidos na X cimeira poderão ainda analisar o pedido do Japão para obter o mesmo estatuto, depois de este país ter também formalizado a proposta.

A Guiné Equatorial e a ilha Maurícia foram os primeiros países a receber este estatuto, em 2006, e mais tarde foi a vez do Senegal.

Indonésia, Marrocos, Suazilândia, Austrália, Luxemburgo, Ucrânia e Turquia são exemplos de outros países que também já manifestaram interesse em juntar-se nesta categoria à organização lusófona.

Sobre as propostas que serão analisadas na cimeira da próxima quarta-feira, o secretário executivo da CPLP, Murade Murargy, considerou que o interesse no bloco lusófono é positivo, até para a promoção da língua portuguesa, e destacou que a organização não pode "fechar as portas" sob pena de ficar "ignorada e marginalizada", mas ressalvou que a análise dos pedidos "tem de ser criteriosa".

"Não vamos abrir por abrir, vamos discutir, nós temos os nossos princípios, os nossos valores culturais, históricos que nos unem e não vamos diluir esses valores, queremos até preservá-los e reforçá-los", disse, em entrevista à Lusa.

"Há um grande movimento e nós não podemos tapar esse movimento com as mãos. É a globalização. Um dia vamos ter uma aldeia global em que o conhecimento vai fluir com maior facilidade. É esta movimentação global da qual não podemos ficar fora, senão somos excluídos", destacou Murargy.

Neste "mundo globalizado", os países aproximam-se através de intercâmbios culturais, científicos, comerciais e económicos.

"Os países procuram sempre afinidades, espaços onde podem exercer esta aproximação ou parcerias", referiu o secretário executivo da CPLP.

Sobre os potenciais novos observadores associados, Murade Murargy apontou a relação que a Namíbia tem com Angola e Moçambique, enquanto a Geórgia, "apesar de estar um pouco fora, está na Europa", tal como Portugal, e poderão desenvolver-se "relações culturais, em relação à língua, e também comerciais".

Por outro lado, a Turquia "está a desenvolver relações muito fortes com Angola e Moçambique, em África", e associando à CPLP "terá muito mais espaço para dialogar e haver uma fluidez dos interesses dos dois lados".

Por fim, o Japão, cuja candidatura está em análise e também poderá ser considerada em Díli, tem um "grande intercâmbio" com o Brasil, disse Murargy, que lembrou também a presença económica e empresarial deste país em Moçambique, Angola e Portugal.

A globalização é precisamente o tema escolhido para a cimeira de Díli, durante a qual Timor-Leste assumirá a presidência da CPLP, sucedendo a Moçambique.

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