
O Bispo do Porto, que conhece, “por experiência”, o
que é “ser emigrante com os emigrantes”, dirigiu-se, esta terça-feira, na
homilia da vigília da peregrinação aniversaria de Agosto, a todos os peregrinos
reunidos na “mesa comum da família” - o Santuário de Fátima -, evocando a
experiência humana da emigração, os “caminhos feitos de sonho e aventura”, na
procura de uma “vida digna” e de um “trabalho honesto”.
Na sua homilia, D. António Francisco dos Santos fez
alusão à primeira leitura da Eucaristia, um excerto do Livro do Deuteronómio,
para referir que também o povo de Deus foi “povo emigrante” no Egipto, foi
“estrangeiro e escravo”, e que, por isso, “não pode ignorar o dever de cuidar
dos estrangeiros com justiça e de os acolher com largueza de coração”.
Já na Carta aos Romanos – a segunda Leitura da
Eucaristia - D. António encontrou nas palavras de S. Paulo a concretização do
“acolhimento ao estrangeiro” com uma “hospitalidade fundada na caridade
fraterna”.
À luz do Evangelho do Bom Samaritano, o prelado
convidou os fiéis a ir ao “encontro das novas periferias existenciais e
sociais”, a serem “acolhedores, hospitaleiros e cuidadores” dos que vivem
“perto” e dos que vêm de “longe”, “atentos aos vizinhos e aos de fora”.
Segundo o Bispo do Porto, o Santuário de Fátima “tem
sido, ao longo destes 97 anos”, “escola do Evangelho, onde se aprende a
hospitalidade, onde se vive a fraternidade, onde se experimenta a proximidade
da fé”.
Para D. António Francisco dos Santos, a “história do
mundo nunca se fará à margem da emigração”, nem o “futuro da humanidade se
poderá pensar contra os emigrantes”. Neste sentido, a Igreja tem a missão de
“lembrar ao mundo e a cada povo” que trazemos em nós “as marcas de povos
estrangeiros” e “transportamos connosco as dores e os valores, as lágrimas e os
êxitos, os testemunhos de vida e de trabalho e a memória da coragem e da fé dos
emigrantes”.
Ao finalizar a homilia, D. António convidou os fiéis
a rezar por esta “missão da Igreja”, para que seja sempre “vivida e realizada a
favor dos pobres, dos estrangeiros, dos exilados, dos refugiados e das vítimas
de tráfico humano”.
O Bispo do Porto convidou ainda os fiéis a unirem-se
ao Papa, que, esta quarta-feira, inicia a sua viagem apostólica à Coreia do
Sul, e a rezarem pelos cristãos perseguidos no Iraque, na Nigéria e na Índia, e
pela paz na Palestina, na Síria, na Ucrânia e em Israel, bem como por todos os
“países e povos onde a paz demora tanto a chegar”.
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