O Conselho de Segurança das Nações
Unidas indicou formalmente o nome de António Guterres para o cargo de
secretário-geral da ONU. O anúncio foi feito nesta quinta-feira, em Nova
Iorque.
Depois da conferência de imprensa de
quarta-feira, em que os membros do conselho demonstraram o seu apoio unânime à
candidatura do português, não é propriamente uma novidade, mas é certamente um
momento histórico.
A Assembleia Geral da ONU deverá,
segundo a Reuters, reunir-se na próxima semana para ratificar o nome do
português.
No encontro com a imprensa a seguir à
reunião à porta fechada desta quinta-feira em que o Conselho de Segurança da
ONU formalizou a escolha de António Guterres, o embaixador russo nas Nações
Unidas, Vitaly Churkin, quis destacar “o processo muito claro de unanimidade”
dentro daquele órgão.
“O mais importante é este sentido de
unanimidade e unidade do conselho, que espero que seja também veiculado pela
Assembleia Geral da ONU”, afirmou o responsável russo, que ocupa neste momento
a presidência do conselho.
Questionado pela imprensa sobre qual
espera que seja o eixo da actuação de António Guterres, Churkin foi taxativo:
“Trata-se de um homem muito empenhado e inteligente, não posso falar por ele.”
Sem querer adiantar qual o impulso que
espera de Guterres em dossiers específicos como a Síria ou a Ucrânia, o
embaixador russo prosseguiu no elogio ao novo líder da ONU, um homem de “muitas
qualidades”: “Tem grandes credenciais ao nível da ONU, viajou por todo o mundo,
e viu as coisas mais horríveis; é um político de alto nível, que fala com toda
a gente e escuta toda a gente e expressa francamente a sua opinião, é uma
excelente escolha.” Momentos antes desta votação decisiva já o embaixador da
França nas Nações Unidas, François Delattre, tinha afirmado que Guterres era “o
líder certo” e o homem capaz de “juntar a comunidade de nações”.
Mas desde quarta-feira que os elogios e
felicitações a António Guterres vinham surgindo de dentro do Conselho de
Segurança.
Guterres vai trazer “a liderança, a
visão e o sentido de missão de que as Nações Unidas precisam”, afirmou na
quarta-feira no Twitter o embaixador do Reino Unido na ONU, Matthew Rycroft. O
Reino Unido, tal como a China, França, Rússia e Estados Unidos fazem parte do
grupo de cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU. Nenhum
destes países vetou a candidatura de António Guterres.
“Foi um dia de união, um dia em que nos
unimos em torno de alguém que se apresentou como o mais qualificado, o mais
experiente e a melhor pessoa para o cargo”, afirmou, por seu turno, a
embaixadora norte-americana nas Nações Unidas, Samantha Power, a seguir ao
anúncio da recomendação de Guterres pela voz do embaixador russo, Vitaly
Churkin.
À sexta votação, o candidato português
recebeu 13 votos favoráveis e duas abstenções dos 15 membros do Conselho de
Segurança da ONU.
“Conheço muito bem Guterres e
considero-o uma escolha excelente”, afirmou esta quinta-feira o actual
secretário-geral, Ban Ki-moon, depois de um encontro em Roma com o Presidente
italiano. “A sua experiência como primeiro-ministro português, o seu vasto
conhecimento do mundo e o seu intelecto brilhante vão servi-lo bem na liderança
das Nações Unidas neste período decisivo”, realçou o sul-coreano, citado pela
Reuters. Com o Publico.
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