A corrupção nos departamentos governamentais,
administração pública e outros organismos é "generalizada" e pode
mesmo ser considerada "endémica" em Timor-Leste, segundo um relatório
preparado para o executivo timorense.
O relatório, divulgado esta semana,
sublinha haver uma "perceção geral de que muita da corrupção está
relacionada com pequenos subornos pagos para facilitar a obtenção de serviços
públicos básicos".
Ainda assim, refere que "a
corrupção de alto nível predomina nos Ministérios das Finanças, da Educação, da
Saúde e do Interior, envolvendo sobretudo aquisições e obras públicas, áreas
nas quais os sistemas e controlos sobre as despesas estão mal concebidos e mal
implementados". (elimina no segundo parágrafo a referência ao Ministério
da Justiça como entidade que divulgou o relatório)
As conclusões fazem parte do relatório
de "Avaliação Nacional de Riscos de Branqueamento de Capitais e
Financiamento do Terrorismo" em Timor-Leste, que acompanha o Plano
Estratégico Nacional de Combate ao Branqueamento de Capitais e ao Financiamento
do Terrorismo (2016 - 2020).
Os documentos foram preparados pela
Comissão Nacional para a Implementação das Medidas Destinadas ao Combate ao
Branqueamento de Capitais e ao Financiamento do Terrorismo (CNCBC) e divulgados
esta semana pelo ministro da Justiça, Ivo Valente.
"Se, por um lado, a quantidade de
práticas de corrupção é, sem dúvida, mais expressiva entre os funcionários mais
jovens, que procuram complementos aos seus salários, por outro, a corrupção de
alto nível concentra-se muito mais naqueles que ocupam cargos de maior
senioridade, que são os responsáveis diretos pelas decisões relacionadas com a
alocação e desembolso de fundos governamentais", refere o relatório.
"A ausência de dados específicos
sobre a extensão das práticas de corrupção impossibilita avaliar a verdadeira
dimensão da ameaça do branqueamento de capitais. Contudo, tendo em conta o
facto de que a corrupção se ramifica ao longo do setor público, alcançando os mais
altos cargos da administração, a ameaça é, sem dúvida, muito séria e pode ser
encarada, com um elevado grau de certeza, como a principal fonte de proventos
de origem criminosa em Timor-Leste", sublinha.
Segundo o documento, desde 2011 a
Comissão Anticorrupção (CAC) investigou um total de 437 casos de corrupção, a
maior fatia por abuso de poder (127) e apropriação indevida de bens públicos
(92).
Há ainda casos investigados diretamente
pelo Ministério Público, que não estão neste relatório, explica o texto. Com a
Lusa
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