terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Presidente da Republica da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, propõe um diálogo nacional para salvar o país

O Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, instou hoje a classe política a abraçar o seu repto para "um diálogo nacional" se os guineenses quiserem "salvar o país e encarar o futuro com confiança".

O repto do chefe de Estado foi feito num encontro anunciado como sendo reunião com os cinco partidos políticos com representação no Parlamento, órgãos de soberania e sociedade civil, mas que acabou por ser uma comunicação do Presidente aos presentes.

Numa mensagem lida e sem que os presentes pudessem falar, o Presidente guineense informou-os sobre o que se passou na cimeira de líderes da Africa Ocidental que teve lugar na Nigéria no passado sábado e o que aí foi abordado sobre a crise política na Guiné-Bissau.

Disse que "em nenhuma circunstância" os líderes da Comunidade Económica de Estados da Africa Ocidental (CEDEAO) colocaram em causa o Governo em funções na Guiné-Bissau e muito menos a legitimidade da equipa liderada pelo primeiro-ministro, Umaro Sissoco Embaló.

José Mário Vaz pediu à classe política para que abrace o diálogo para a busca de uma solução para a saída da crise política "ao invés de persistência em cavar mais o fosso na sociedade guineense", frisou.

"Entendo que terminada a busca de uma solução além-fronteira para os nossos problemas é chegado o momento de assumirmos os nossos desafios nas nossas próprias mãos. Doravante convido a todos para entramos numa nova oportunidade de diálogo nacional se quisermos, realmente, salvar o nosso país", defendeu José Mário Vaz.

Para o chefe de Estado guineense, para fazer face aos problemas "criados pelos próprios cidadãos" apenas o dialogo sério e franco "apenas entre os próprios guineenses" poderá ser a solução.

José Mário Vaz elegeu a Assembleia Nacional Popular (ANP, Parlamento) como a "sede por excelência" para o diálogo nacional ainda que o processo possa conduzir, por vezes, às divergências entre os atores políticos, notou.

Mesmo perante as divergências, José Mário Vaz entende que ninguém pode desistir de promover e participar do diálogo que se pretende.

Disse ainda que, enquanto chefe de Estado e cidadão guineense, estará sempre aberto ao diálogo desde que seja para apresentação de "soluções inovadoras" para a saída da crise política que afecta a Guiné-Bissau há 16 meses.

Três partidos com assento no Parlamento (PAIGC, PCD e UM) não estiveram no encontro bem como a direcção do hemiciclo sem que se conheçam as razões das ausências. Com a Lusa

1 comentário:

  1. O Presidente da Republica, José Mário Vaz, afirma que em nenhum momento, durante a conferência de chefes de Estado da CEDEAO, foi posta em causa a legitimidade ou a continuidade de o governo de Umaro Sissoco Embalo, no entanto, exorta os actores políticos a continuarem pela via do diálogo

    José Mário Vaz, que falava, esta terça-feira (20/12), durante um encontro com algumas forças vivas da Nação, sublinha, por outro lado, que os problemas foram criados na Guiné-Bissau e por isso tem que ser os guineenses a encontrar a solução final dos problemas criados.

    “Entendo que terminada a busca de solução além-fronteiras para os nossos problemas, é chegado o momento de assumirmos os nossos desafios nas nossas próprias mãos. Doravante convido a todos para entrarmos numa nova oportunidade do diálogo nacional se quisermos, realmente, salvar o nosso país e criar as melhores condições que nos permitam perspectivar o futuro com confiança”, adianta.

    “Quer aos presentes, quer aos ausentes para que trabalhemos juntos para o maior consenso possível no sentido de facilitar o diálogo político cuja sede por excelência é a Assembleia Nacional Popular”, exorta.

    No encontro convocado pelo presidente José Mário Vaz, estavam ausentes a Assembleia Nacional Popular (ANP), o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo-Verde (PAIGC), o Partido da Convergência Democrática (PCD) e a União para a Mudança (UM).

    Lembramos que durante a última reunião, que decorreu em Abuja, na Nigéria, a CEDEAO recomendou a implementação do acordo de Conacri. Entre outros pontos, o Acordo previa a criação de um governo onde faria parte todos os partidos representados no parlamento.

    Dos cinco partidos com representação parlamentar, apenas o Partido da Renovação Social (PRS) faz parte de o actual governo.

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