Há activismo e activistas de tudo e mais
alguma coisa na Guiné-Bissau, a exemplo do que existe em todo o Mundo. Como é
importante a acção cidadã, individual ou organizada, por via de
estruturas/instituições, colectivas, em defesa e na promoção de interesses
colectivos, do país, e, ou, da Humanidade!
Na Guiné-Bissau, porém, há algum tempo que
é notório o envolvimento de activistas sociais, numa abrangência
multidisciplinar do conceito, em pontes políticas, suportadas por partidos
políticos guineenses.
Um activista que se preze, um digno
activista disto ou daquilo, não deve acorrentar-se, em nenhuma instância, a
estruturas político-partidárias, nas suas múltiplas vertentes, apenas e só,
para salvaguardar/garantir os seus interesses, as suas ambições, pessoais e
familiares.
Não é transparente, ético, coerente, um
activista social, na sua multiplicidade, desempenhando funções a tempo inteiro
numa instituição, ainda que fora do âmbito governamental/público, fazer
igualmente parte da assessoria de um determinado governo, ou de um qualquer
chefe de um qualquer governo em funções, para nunca criticar as práticas
desviantes da governação, sejam elas de que ordem, enquanto parte do
"sistema" e, depois, deixando de fazer parte desse
"sistema", passar a usufruir do estatuto de activista social para
criticar outros governos, do mesmo "sistema" do qual já não faz
parte.
Não será esse o conceito de "boca de
aluguel" dos nossos irmãos brasileiros?
É notório/evidente, o encapotamento de
muitos ditos activistas disto ou daquilo, na defesa de interesses
político-partidários, em função das suas conveniências, e na salvaguarda dos
seus interesses pessoais/familiares, por via dos seus estatutos enquanto
activistas de organizações não-governamentais, das quais, implicitamente,
directa ou indirectamente, vinculam, em certa medida, as organizações para as
quais trabalham e, numa perspectiva alargada, os parceiros internacionais que
as financiam.
A manipulação política, na Guiné-Bissau,
não começa, não se resume e nem se esgota na maioria da população analfabeta,
mas nem por isso, inculta.
Ela é idealizada por demagogos,
travestidos de líderes político-partidários; posteriormente, semeada por agentes
corruptores de consciência, normalmente, figuras destacadas de partidos
políticos, e finalmente, disseminada por alegados "herdeiros de
combatentes da liberdade da pátria"; por elites da intelectualidade
guineense, no país e na diáspora, entre activistas disto e daquilo e membros de
núcleos disto e daquilo.
Infelizmente, devemos aceitar, com
tristeza, e de forma natural, que não temos bases de apoio colectivo para
dinamizar, a curto e médio, prazos, a Revolução de Mentalidades na
Guiné-Bissau, que há muito desejamos e pela qual temos vindo a trabalhar
arduamente, comprometida que está a elite intelectual, sobretudo, com a
manutenção do Sistema de Poder dos mesmos de sempre.
A Revolução de mentalidades na
Guiné-Bissau, não será possível sem o compromisso de todos os guineenses para
com o País, em primeiro lugar, independentemente dos demais compromissos,
subsequentes, incluindo os de cariz político-partidário.
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