Graças
a Deus ao ex-presidente Dr. José Mário Vaz, por ter ousadia em trazer para fora,
à luz do dia, o conceito da quota étnica afinal que tem sido aplicado há tempo
pelo PAIGC não somente nas FARP, neste caso concreto também ligado aos Antigos
Combatentes.
A
forma como foi definido pelos Grupinhos de Praça, que arrebataram o destino do
País critérios para adjudicar o estatuto de combatentes da liberdade da pátria,
foi claramente discriminatória, uma autêntica aplicação da quota étnica em
relação aos balantas, que indubitavelmente foram a base da logística de Guerra
durante 11 anos. Recorda-se que no período referido de Guerra não houve sequer
um barco de importação de arroz para alimentar 5 mil tropas de Cabral. Foi todo
um trabalho forçado imposto aos Balantas de Quinara e Tombali na maioria. A
título de exemplo, estes funcionavam como os operacionais de logística na zona
libertada na frente das batalhas (adolescente, mulheres e colaboradores nas
aldeias).
Como
tal, pela definição de na constituição da República, cabiam todos lá em
primeira linha como combatentes da liberdade da Pátria. Mas tudo infelizmente
foi maquiavelicamente omisso pelo PAIGC não Cabralista.
Por
isso na zona zero, (onde a maioria mamavam com Tugas) introduziram no critério
da escolha, suas variantes próprias a conveniência, sem observância do que está
patente na carta magna relativamente sobre a definição dos Antigos Combatentes.
Paradoxalmente, passando assim incluir até os colaboradores de Tugas, na mesma
“tigela” com verdadeiros combatentes. Isto demonstra claramente a discriminação
para uma determinada etnia, (uma forma de aplicação em pratica da balança de
quota étnica) neste caso aquela que mais contribuiu em sacrifícios e vidas para
conquista da nossa independência nacional. Em abono de verdade, as outras
etnias, foram introduzidas como militantes não militarizados do PAIGC pós
-Independência, desta forma adquirir o brilhante estatuto de Combatente da
Liberdade da Pátria (Sr. Cadogo é um exemplo), deixando para fora muitos
Quidelé na Ritchie nas aldeias de Quinara e Tombali, hoje como Combatentes
desconhecidos e não reconhecidos pelo Estado da Guiné-Bissau, na maioria os
Balantas, configurando mais uma vez um esquema fina de quotização étnica
discriminatória contra os Balantas.
O
mais grave, foi em 1994, quando então ministro do PAIGC, N'Djamba Mané,
distribuiu, de uma forma criminoso, os cartões de combate na zona de Quinara
(aos Biafadas e Mandingas), como forma de conseguir votos para PAIGC.
E
mais, é que todos os documentos da luta, deviam ser retirados da posse do
PAIGC, para ser arquivado como documentos que narram a história nacional da
luta para implantação da República da Guiné-Bissau e Cabo-verde. Infelizmente
até hoje, o PAIGC continua a emitir esses documentos para validar ou não quem
ao seu bel-prazer deve ser combatente, o que devia ser resolvida na altura da abertura
política democrática...
Solução
devia ser a observância rigorosa das leis da República já existentes e
adequá-las paulatinamente às necessidades emergentes e alguns ajustamentos aqui
ou lá. Seria necessário desencadear um Processo de sensibilização para correção
dos erros cometidos anteriormente e a assim redimensionar ou redefinir
atribuição dos estatuto de combatentes da liberdade da pátria, envolvendo-se no
processo, ciclos de conferências de explicações desde secções, sectores e
regiões para identificar os combatentes injustiçados ainda desconhecidos.
Por, Wilrane Fernandes
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