O Presidente de
transição, Manuel Serifo Nhamadjo, disse que continua a aguardar o proposto do
primeiro-ministro Rui Duarte Barros relativamente à exoneração e consequente
nomeação dos novos ministros para as pastas do Interior e dos Negócios
Estrangeiros.
Nhamadjo revelou esta
situação na quinta-feira, 26 de Dezembro, à margem da cerimónia de inauguração
do Instituto de Saúde guineense, localizado na zona industrial de Bra, com um
orçamento de mais de dez milhões de dólares.
«Aguardo a decisão do
primeiro-ministro. Ele é que é o chefe do Governo, cabe a ele tomar medidas
neste sentido para que eu possa agir», disse.
Na sequência do
embarque de cidadãos sírios no passado dia 10 de Dezembro, o ministro do
Interior António Suca Ntchama colocou o seu lugar à «disposição», para
facilitar o trabalho da comissão de inquérito criado para este efeito. A
comissão apresentou, no início desta semana, as conclusões, segundo as quais
Suca Ntchama insistiu que os 74 sírios seguissem viagem no voo 202 da TAP,
invocando razões de segurança interna na Guiné-Bissau.
Posição diferente
possui Fernando Delfim da Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros, que pediu
a «demissão» ao cargo, devido ao grave incidente diplomático entre a
Guiné-Bissau e Portugal.
Contactados pela PNN,
juristas guineenses sublinham que são situações totalmente diferentes, entre os
termos pedido de «demissão» e colocar o «lugar à disposição», feitos por estes
dois membros do Governo de transição.
Pedir demissão implica,
entre outros aspectos, pedido de saída, resignação, renúncia, destituição e
ainda a cessão de uma determinada função, enquanto colocar lugar à disposição
implica estar às ordens de um superior hierárquico.
Caso se confirme o
eventual afastamento destes dois membros do Governo, pela primeira vez na
história da Guiné-Bissau um elemento do Executivo é afastado das suas funções
no âmbito das conclusões de um inquérito emanado pelo próprio Governo
guineense.
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