terça-feira, 3 de junho de 2014

Guiné-Bissau, Reforço do apoio a combate ao crime organizado?



A Interpol e as Nações Unidas estão a trabalhar em conjunto para garantir todo o apoio para que a Guiné-Bissau possa combater eficazmente o crime organizado, o tráfico de droga, o terrorismo e a criminalidade violenta.

A reafirmação deste que é um dos objectivos para a normalização da vida do país, foi feita numa visita esta segunda-feira a Bissau, do Secretário-geral da Interpol, Ronald Noble acompanhado pelo Representante Especial do Secretário-geral das Nações Unidas no Gabinete para a Africa Ocidental (UNOWA), Saidi Djinnit. Estes altos responsáveis foram recebidos pelas autoridades nacionais (Ministro da Justiça, Policia Judiciária) e pelo Chefe do Sector do Estado de Direito e Segurança das Instituições (ROLSI) do UNIOGBIS, Antero Lopes, em nome do Representante Especial do Secretário-geral da ONU para a Guiné-Bissau, José Ramos-Horta.

Esta é a primeira visita à Guiné-Bissau, do mais alto responsável da INTERPOL o que por si só é demonstrativo da importância que as organizações internacionais estão a dar a esta nova fase do regresso à democracia no país, depois de concluído com êxito o processo eleitoral em Abril e Maio, e a poucos dias de terminar o período de transição.

O Secretário-geral da Interpol, Ronald Noble, foi claro e conciso na definição dos objectivos deste trabalho que será reforçado: aposta nos serviços de informação.

Noble refere que será dada uma atenção especial à entrada e saída de suspeitos de envolvimento em práticas criminosas, num reforço de informações e detecção junto das
fronteiras terrestres, portos, aeroportos e unidades hoteleiras, além de uma articulação entre as forças de segurança e de defesa nacionais da Guiné-Bissau, serviços de informação, Ministério da Justiça, etc.

O representante das Nações Unidas na região, referiram que a África Ocidental, para alem de estar referenciada há vários anos como placa giratória do tráfico de droga proveniente da América Latina, para a Europa e América do Norte, é já actualmente uma zona de produção de drogas, como a cocaína, como refere Saidi Djinnit nestas declarações à imprensa.

Contudo, nesta conferência de imprensa, foi salientado que o problema do crime organizado e o tráfico internacional de drogas, não se circunscreve apenas à Guine-Bissau, mas afecta também outros Países da região, pelo que ONU e a Interpol, defendem um combate integrado e um esforço conjunto transnacional.

Dadas as enormes fragilidades em termos de equipamento de defesa e segurança que a Guiné-Bissau revela, por não possuir meios aéreos e navais adequados à vigilância do território, nesta conferência de imprensa, foi levantada a questão, por parte dos jornalistas, sobre se as organizações internacionais poderiam disponibilizar esses meios.

O Representante do Secretário-geral da ONU, Saidi Djinnit, concorda com uma cooperação bilateral neste aspecto, ou seja, que alguns países com capacidade para tal, possam fornecer esses equipamentos, em articulação com estados da África Ocidental.

De resto, de acordo com o diplomata Saidi Djinnit, existe já um reforço do patrulhamento naval e aéreo do Golfo da Guiné, que envolve países como a Nigéria e o Togo, relacionado com casos de pirataria marítima na região, o que compromete as condições de segurança e prejudica as actividades económicas.

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