O primeiro-ministro da Guiné-Bissau convocou hoje a
imprensa para prestar declarações sobre a sua recente missão a Bruxelas,
capital europeia, a sua participação na cimeira da CPLP, realizada em Díli,
Timor-Leste, e os contactos efectuados com as autoridades portuguesas a nível
da cooperação bilateral.
No encontro com os jornalistas, Domingos Simões
Pereira evidenciou a importância da sua presença na capital europeia, marcada
por várias negociações com os comissários europeus, nomeadamente os das Pescas,
dos Assuntos Políticos e o comissário para o Desenvolvimento.
Em Bruxelas, o ponto mais alto da sua agenda foi a
reunião com Durão Barroso, comissário da União Europeia, que anunciou, segundo
o Chefe do Governo, uma ajuda orçamental e outros programas de desenvolvimento,
no valor de 60 milhões de euros.
Antes de deixar a Europa e partir para Díli, a
segunda etapa da sua missão no estrangeiro, o primeiro-ministro revelou que
manteve uma reunião, à distância, com o Presidente da Comissão de Consolidação
da Paz das Nações Unidas, o brasileiro António Patriota, a quem apresentou a
proposta de apoiar o estabelecimento de uma Agência guineense de Planeamento
Estratégico. Um plano que o diplomata brasileiro ao serviço da ONU mostrou
predisposição em ajudar na sua efectivação.
Já em Díli, à margem da Cimeira da CPLP, além dos
titulares estatais dos países da comunidade, o Chefe do Governo reuniu-se com
os responsáveis governamentais da delegação da Singapura. De acordo com
Domingos Simões Pereira, aquele país asiático apresenta muitos exemplos que
podem ser aproveitados pela Guiné-Bissau, sobretudo no domínio de planeamento e
saneamento urbano. Recordou que nos anos 1950 a 1960 a Singapura tinha uma
situação idêntica à da capital guineense, com graves problemas de urbanização
de bairros e mercados. E hoje é uma referência na planificação urbana, meio
ambiente e comércio. São referências interessantes que a Guiné-Bissau vai
aproveitar, disse o primeiro-ministro, que, neste sentido, perspectiva
encontros com autoridades governamentais da Singapura.
Da cimeira da CPLP em Díli e de regresso ao país,
Domingos Simões Pereira parou em Lisboa, onde desbloqueou a situação de
cancelamento dos voos da Transportadora Aérea Portuguesa para Bissau. Assim, a
partir do próximo Outubro a TAP retoma os seus três voos semanais para a
capital guineense.
Entretanto, no plano da cooperação entre a
Guiné-Bissau e Portugal, de acordo com Simões Pereira, em resposta ao SOS
lançado pelo Governo no sentido da reposição do seu «stock» de medicamentos ao
abrigo do programa de emergência sobre a ébola e outras epidemias, o governo
português vai enviar nos próximos dias para Bissau 15 toneladas de
medicamentos. Uma ajuda que permitirá, assim, ao Ministério da Saúde guineense
estar em condições e à altura de enfrentar tais situações de urgência.
Na conferência de imprensa, o primeiro-ministro
guineense falou também sobre a supressão de vistos de entrada de certas
categorias de pessoas nos países que fazem parte da CPLP. Sobre esta situação,
lembrou que todos os países ratificaram o documento excepto a Guiné-Bissau
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