O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que o
Produto Interno Bruto (PIB) da Guiné-Bissau cresça 2,7% este ano, nove vezes
mais que os 0,3% de 2013, anunciou hoje o chefe da missão que esteve sete dias
no país.
"Espera-se que que a atividade económica
acelere este ano, no contexto dos melhores preços de exportação de caju e do
restabelecimento do apoio de parceiros internacionais", referiu Maurício
Villafuerte em conferência de imprensa.
A missão estima que, "após um crescimento de
0,3% em 2013, o PIB alcance um crescimento de 2,7% em 2014", sublinhou.
Na prática, a taxa de evolução prevista para este
ano é nove vezes superior à do ano transato.
Um dos pontos de viragem aconteceu nas últimas
semanas, com a tomada de posse de um Governo e Presidente eleitos, em
substituição dos órgãos que tomaram o poder com o golpe de Estado de 2012.
O FMI destacou a confiança dos bancos regionais que
já permitiu ao novo executivo a emissão de 22,8 milhões de euros em Bilhetes do
Tesouro e considera que há "uma perspetiva favorável" para se
conquistar "o rápido restabelecimento do apoio dos doadores
internacionais" - condição essencial para o Governo "alcançar plenas
condições operacionais".
O executivo espera levar ao parlamento, o mais
tardar em setembro, um orçamento geral do Estado para o que resta de 2014 que,
tanto o chefe de missão do FMI, como o ministro das Finanças e Economia,
Geraldo Martins, querem que seja "totalmente financiável".
"A aprovação de um orçamento totalmente
financiável para 2014 constitui um elemento decisivo para que se possa
introduzir disciplina orçamental, aliada à complexa implementação de medidas
que visam melhorar a gestão de Tesouraria e o controlo da execução
orçamental", defendeu hoje Maurício Villafuerte.
Nova missão estará na capital guineense em setembro
para preparar um programa de apoio ao país, depois de o último empréstimo do
FMI, no valor de cerca de três milhões de euros e previsto para o período de
2011 a 2013, ter sido interrompido com o golpe militar de 2012.
"Para apoiar financeiramente a Guiné-Bissau, um
novo empréstimo terá que ser desenhado com base no programa de médio prazo que
o Governo está a preparar", referiu Maurício Villafuerte.
Geraldo Martins destacou que o objetivo do executivo
"é ter um programa com o fundo o mais rapidamente possível", porque
"os parceiros de desenvolvimento vão sentir-se mais confiantes em apoiar o
país".
"Existem várias janelas no FMI que a
Guiné-Bissau pode utilizar, vamos tentar perceber qual a que nos pode facilitar
rapidamente a adoção de um programa", concluiu o ministro das Finanças e
Economia.
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