O presidente do Conselho Económico e
Social (CES), Correia de Campos, afirmou hoje no parlamento que Portugal
precisa de ter cerca de "900 mil trabalhadores imigrantes" para ter
"um crescimento à volta dos 3%" do PIB.
António Correia de Campos, presidente do
CES, que foi hoje ouvido na Assembleia da República no âmbito do debate na
especialidade da proposta de Orçamento do Estado para 2017 (OE2017), foi
questionado pela deputada do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua sobre o impacto
dos últimos dados do emprego e da emigração na sustentabilidade da Segurança
Social.
Na resposta, Correia de Campos disse que
podia avançar "duas notas factuais" sobre esta matéria,
salvaguardando que estas "não precisam da aprovação do colégio do Conselho
para serem emitidas", e afirmou que são precisos cerca de 900 mil
imigrantes para conseguir um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 3%.
"Em relação à imigração, se nós
quisermos ter crescimento à volta dos 3%, precisamos provavelmente de ter 900
mil trabalhadores imigrantes. Esperemos todos que este problema se venha a
colocar", afirmou o presidente do CES aos deputados.
O presidente do Conselho Económico e
Social acrescentou que "a Europa tem sabido lidar pouco bem com as
questões migratórias sobretudo nos últimos dois anos" e que "não é
possível tratar destas questões sem acordos com os países de origem".
Já quanto à emigração, Correia de
Campos, que foi hoje ouvido pela primeira vez na qualidade de presidente do
CES, afirmou que a informação disponível sobre esta parte da população
portuguesa é escassa e não permite retratá-la com rigor.
"Sabemos muito pouco sobre quem são
essas pessoas. Se perguntarmos aos representantes profissionais, dão-nos
números gerais mas não temos um conhecimento rigoroso", acrescentou.
No seu projeto de parecer sobre a
proposta de OE2017, o CES defendeu que o relançamento do crescimento económico
é urgente para Portugal, por ser essencial para ultrapassar os constrangimentos
financeiros do país e as dificuldades das famílias.
O Conselho liderado por Correia de
Campos entende que "relançar o crescimento económico é hoje [...] um
imperativo de grande urgência, uma vez que é uma condição necessária para
ultrapassar os constrangimentos financeiros e também a difícil situação que
muitas famílias continuam a enfrentar".
"Uma política de investimento
destinada ao relançamento do crescimento económico deverá ser globalmente
coerente e devidamente planeada e consensualizada. A este propósito, o CES não
pode deixar de relembrar as múltiplas propostas que, no passado, formulou a
este respeito", disse o Conselho no documento. Com a Lusa
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