quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Estado da Guiné-Bissau tem-se endividado novamente -- João Aladje Mamadú Fadia


O Estado da Guiné-Bissau tem vindo a endividar-se novamente através de empréstimos e neste momento deve mais de 200 milhões de euros ao mercado financeiro de países da Africa Ocidental, revelou hoje o novo ministro da Economia e Finanças.

João Fadiá reuniu-se hoje com os operadores económicos para lhes transmitir as suas ideias para a nova política económica que pretende encetar na Guiné-Bissau para contrariar a falta de recursos públicos e o endividamento do Estado.

O ministro da Economia e Finanças guineense aproveitou a ocasião para criticar a opção tomada pelos governos nos últimos dois anos, nomeadamente por terem contrariado dívidas que disse terem sido utilizadas apenas no pagamento de bens de consumo de luxo e salários.

"Hoje as Finanças Públicas têm uma situação muito grave (...) o que não pode continuar", indicou João Fadiá, para sublinhar que a dívida do Estado para com a banca comercial e ao mercado financeiro da União Económica e Monetária Oeste Africana (UEMOA) "não trouxe melhorias para a população".

Disse que o dinheiro foi utilizado para o pagamento de despesas de consumo e luxo, nomeadamente compra de viaturas sem que se construísse nada que pudesse servir para a população.

João Fadiá quer mudar a tendência, propondo o aumento de arrecadação de receitas públicas, centralização das mesmas, contenção de despesas do Estado e do endividamento.
  
O ministro da Economia e Finanças, que até à sua entrada para o Governo, no passado mês de novembro, era diretor do Banco Central de Estados da Africa Ocidental (BCEAO) para a Guiné-Bissau, diz-se preocupado com o ritmo do endividamento do país após o perdão de dívida aos parceiros bilaterais e multilaterais em 2010.

A dívida externa da Guiné-Bissau ascendia a cerca 1,5 milhões de dólares e foi perdoada depois de o país cumprir com uma série de critérios no âmbito da iniciativa de apoio aos países altamente endividados (HIPC, na sigla inglesa).

Na altura, ficou acordado com o Fundo Monetário Internacional (FMI) que o país devia "ter cuidado e critério" nos próximos endividamentos caso venha a ter necessidade disso.

Braima Camará, presidente da Camara do Comércio, Indústria, Agricultura e Serviços (CCIAS), que falava em nome dos empresários que atuam na Guiné-Bissau, enalteceu as medidas propostas pelo ministro da Economia e Finanças e disponibilizou total apoio do setor privado para acompanhar o novo Governo.

"Se as Finanças Públicas estão com problemas, o setor privado está ainda pior", enfatizou Camará, que apontou a persistência da crise política como estando a inibir o ambiente de negócios na Guiné-Bissau. Com a Lusa

1 comentário:

  1. Guiné-Bissau deve mais de 200 milhões de euros
    A Guiné-Bissau tem contraído novos empréstimos devendo actualmente mais de 200 milhões de euros a instituições financeiras de países da África Ocidental, disse quarta-feira em Bissau o novo ministro da Economia e Finanças.

    João Fadiá, que se reuniu com operadores económicos para lhes transmitir as suas ideias para a nova política económica que pretende encetar na Guiné-Bissau para contrariar a falta de recursos públicos e o endividamento do Estado.

    “As finanças públicas da Guiné-Bissau encontram-se numa situação muito grave (…) o que não pode continuar”, indicou João Fadiá, citado pela agência noticiosa Lusa.

    O ministro sublinhou que a dívida do Estado para com a banca comercial e o mercado financeiro da União Económica e Monetária Oeste Africana (UEMOA) “não trouxe melhorias”, “uma vez que esse dinheiro foi parcialmente utilizado para o pagamento de artigos de luxo, caso de viaturas, sem que se construísse nada que pudesse servir a população.”

    O ministro da Economia e Finanças, que até à sua entrada para o governo, em Novembro de 2016, era director do Banco Central de Estados da Africa Ocidental (BCEAO) para a Guiné-Bissau, diz-se preocupado com o ritmo do endividamento do país após o perdão de dívida aos parceiros bilaterais e multilaterais em 2010.

    A dívida externa da Guiné-Bissau ascendia a cerca 1,5 milhões de dólares e foi perdoada depois de o país cumprir uma série de critérios no âmbito da iniciativa de apoio aos países altamente endividados (HIPC, na sigla inglesa).

    Braima Camará, presidente da Camara do Comércio, Indústria, Agricultura e Serviços, que falava em nome dos empresários que actuam na Guiné-Bissau, manifestou total apoio do sector privado para acompanhar o novo governo mas acrescentou que “se as Finanças Públicas estão com problemas, o sector privado está ainda pior.”

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