Por, Fernando
Casimiro (Didinho)
Não é admissível que se mantenha uma legislatura passando por cima das normas constitucionais e da legalidade democrática.Quando o Parlamento de um País fica bloqueado, está-se perante uma grave crise política e institucional e nessa lógica, importa ao Presidente da República assumir as suas responsabilidades, com base nas suas competências e nos seus poderes constitucionais, enquanto Chefe do Estado e garante da Constituição da República, dissolvendo o Parlamento e convocando eleições legislativas antecipadas.Quando um Parlamento fica bloqueado, como acontece na Guiné-Bissau há mais de 2 anos, o Governo entra em ilegalidade por não ter como legitimar quer o seu Programa, quer o Orçamento Geral do Estado;Deixa de haver fiscalização dos Deputados ao Governo, cuja confiança política depende do Parlamento;Deixa de haver debates, discussões e aprovações de novas leis da República;Deixa de haver debates sobre a Fiscalização e a Transparência do Estado na generalidade.Como é possível que o Presidente da República continue a permitir isto, sendo ele o garante da Constituição da República? - Fernando Casimiro
Da crise política à crise social, numa
aposta antipatriótica, gananciosa, egoísta e, consequentemente, divisionista,
desagregadora do tecido identitário e cultural do Povo Guineense, importa tirar
ilações sobre as diversas estratégias manipuladoras e demagogas dos políticos e
dos governantes que fizeram a Guiné-Bissau chegar a este ponto de ruptura, nas
pós-eleições legislativas e presidenciais de 2014.
Tenho chamado atenção sobretudo para a
manipulação/instrumentalização dos nossos Jovens, com todo o respeito pelos
seus direitos e pelas suas sensibilidades, mesmo quando se insurgem contra as
minhas análises e, ou, aconselhamentos.
Nos dias que correm, o foco de maior
divisão na sociedade guineense ou nas comunidades guineenses na Diáspora, são
os Jovens.
São Jovens com níveis consideráveis de
instrução, de conhecimento, mas carentes de humildade. Ignoram que o
conhecimento teórico sem vivências de aprendizagens práticas promotoras da
experiência perde-se no tempo, com o tempo, o que faz com que nunca cheguem ao
patamar maior dos experimentados da Vida, em toda a sua abrangência, e que para
mim é a Sabedoria.
São Jovens que justificam suas acções,
sem declararem os seus Compromissos para com o País. Sim, defendem os seus
pontos de vista que facilmente esbarram em contradições, porquanto também,
facilmente se vislumbra a parcialidade, a incoerência, mas sobretudo, de que lados
das “forças” promotoras da crise assentam os seus compromissos.
São Jovens que em nome dos seus
compromissos com as "forças" promotoras da crise se confrontam como
se fossem inimigos num combate de vida ou de morte.
São Jovens que em nome dos seus
compromissos com as "forças" promotoras da crise confrontam de forma
intolerante, desonesta e destrutiva todos quantos não alinhando nos seus
compromissos, pensam diferente e estão Comprometidos com o Interesse Nacional,
quiçá, com a Guiné-Bissau e com o seu Povo.
São Jovens, sim, que precisam vivenciar
a aprendizagem prática, experimental, do conhecimento teórico, através de
realidades conjunturais e estruturais concretas da Guiné-Bissau, a fim de
amadurecerem, de assimilarem a perspectiva Cidadã na relação entre a
Consciência Nacional e o Compromisso Nacional.
São Jovens que a Guiné-Bissau precisa,
tendo que prepará-los, (re)educá-los, motivá-los, encorajá-los, para todos os
desafios visando a Paz, a Estabilidade e o Desenvolvimento, mas, acima de tudo,
para a preservação da Unidade Nacional, quiçá, da Identidade Nacional.
Gostaria de ver realizada na
Guiné-Bissau, tão cedo seja possível, uma Conferência Nacional dos Jovens
Guineenses com o patrocínio da UNIOGBIS, das representações da União Africana,
da CEDEAO, da CPLP e também da União Europeia, na Guiné-Bissau, mas também de
representações diplomáticas de países que têm ajudado a formar muitos dos
nossos Jovens, entre os quais, Estados Unidos, Portugal, Rússia, China, Cuba,
França, Brasil e Senegal.
Nota: Os artigos assinados por amigos, colaboradores ou outros não vinculam a IBD, necessariamente, às opiniões neles expressas.
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