A Guiné-Bissau, pela honra e glória dos antigos combatentes, que lutaram, alguns até a morte, pela liberdade do povo guineense. Ciente de que, a informação é fundamental e, é de valor estratégico. A comunicação baseada numa informação eficaz, pode ser útil em tempo de paz e/ou manter a paz como um bem maior.
O presidente do Tribunal Militar Superior
(TMS) da Guiné-Bissau, General Dr. Daba Naualna, disse hoje à Lusa que o país
já dispõe de tribunais nas três zonas militares e que o corpo da Polícia
Judiciária Militar também já foi montado.
A criação de tribunais nas zonas militares
norte (em Canchungo), leste (em Bafatá) e sul (em Buba) bem como a composição
de um corpo da Polícia Judiciária Militar (PJM), representa "o cumprimento
da lei" instituída logo nos primeiros anos da independência da
Guiné-Bissau, assinalou o General Dr. Daba Naualna.
A lei 2/78 previa a criação de tribunais
militares nas nove regiões administrativas do país, mas com a organização das
unidades em três zonas, "entendeu-se que não fazia sentido tantos
tribunais, uma vez que os militares deixaram de estar espalhados um pouco pelo
país", notou Naualna.
"Estamos na dinâmica de disciplinar,
no sentido amplo da palavra, as Forças Armadas, punindo infrações criminais
previstas no código militar", disse o presidente do TMS.
General Dr. Daba Naualna explicou que
doravante deixa de ser da alçada do tribunal militar julgar o denominado crime
de traição à pátria.
No passado, vários militares guineenses
foram condenados a penas de prisão por práticas de alegados crimes de traição à
pátria, mesmo debaixo de coros de protestos de organizações de defesa dos
direitos humanos que evocam a inexistência daqueles crimes na moldura penal do
país.
"Tratamos apenas de crimes
essencialmente de natureza militar, como a deserção, roubo de artigos
militares, brigas entre militares, embriaguez em serviço, desacato de
autoridade do superior hierárquico", indicou Naualna, citando alguns dos
conflitos que podem ser dirimidos na instância que lidera.
A agência Lusa teve acesso ao Boletim
Oficial (Diário da República) que publicita um novo Regulamento de Disciplina
Militar (RDM), que substitui o anterior que datava dos anos 80.
O presidente do TMS espera que o
parlamento aprove o projeto-lei do Código da Justiça Militar que irá tipificar
em pormenor as infrações passíveis de serem julgadas pelo tribunal do exército.
General Dr. Daba Naualna esclareceu também
que caso o infrator não seja um militar, mas que cometa um crime de natureza
essencialmente militar, por exemplo, um roubo ou furto de um bem do exército,
será julgado por um tribunal militar.
Ainda no âmbito das reformas no setor da
justiça militar, a Guiné-Bissau já dispõe de um corpo da Polícia Judiciária
Militar, cujos agentes receberam treinos, durante nove meses, com técnicos das
Nações Unidas e do centro guineense de formação judiciário (Cenfoj), precisou General
Dr. Daba Naualna.
General Dr. Daba Naualna Licenciou-se em
Direito, pela Faculdade de Direito de Bissau. É Mestre em Direito Criminal pela
Universidade de Lisboa, e doutorando em Direito Criminal, disse que as
iniciativas se enquadram no âmbito da reforma do setor militar guineense.
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