Os professores das escolas públicas da
Guiné-Bissau assinaram esta terça-feira, 08 de janeiro 2019, um acordo com o
Governo e anunciaram que vão retomar as aulas na quarta-feira, após quatro
meses de greves para reclamar o pagamento de salários em atraso.
Enquadrados por
três sindicatos da classe, os professores também reclamavam do Governo a
efetiva implementação do Estatuto da Carreira Docente (ECD), recentemente
promulgado pelo Presidente guineense, José Mário Vaz.
Os três
sindicatos (Sinaprof, Sindeprof e Siese) rubricaram um acordo de entendimento
com o ministro da Educação, Camilo Simões Pereira, na presença do
primeiro-ministro, Aristides Gomes, dos líderes das centrais sindicais do país,
de organizações juvenis e de pais e encarregados de educação dos alunos.
Domingos de Carvalho,
porta-voz dos três sindicatos, assinalou que “felizmente hoje, assinou-se um
acordo com o Governo” e que a partir de quarta-feira as aulas serão retomadas
nas escolas públicas, caindo por terra a quarta vaga de greve que estava em
curso.
O sindicalista revelou que não foi
possível alcançar entendimento em todas matérias da reivindicação dos
professores, mas destacou que o executivo vai pagar os salários em atraso dos
professores contratados e novos ingressos no sistema e aceitou fixar um
calendário para o pagamento de todas as dívidas atrasadas.
Domingos de
Carvalho disse que os sindicatos compreendem o facto de estar em processo de
publicação no Boletim Oficial (equivalente ao Diário da República) o Estatuto
de Carreira Docente e aceitaram aguardar pela sua efetiva aplicação. Os
sindicalistas apelaram a todos os professores para regressarem às salas de aula
a partir de quarta-feira, salientando que as crianças não podem continuar a ser
prejudicadas.
“As crianças são
nossos filhos. São o futuro deste país, devemos pôr um ponto final nesta
greve”, observou Bunghoma, salientando que os professores foram empurrados para
a greve pelo Governo.
Por seu lado, o secretário-geral da
central sindical União Nacional dos Trabalhadores da Guiné (UNTG), Júlio
Mendonça, enalteceu o facto de “com o diálogo sério” as partes terem alcançado
um entendimento, enquanto Gueri Mendes, em representação das organizações
juvenis, agradeceu a abertura entre as partes.
Com as greves
dos professores do ensino público, em vigor desde a abertura do ano letivo, em
outubro, até o Presidente guineense, José Mário Vaz, tentou mediar os
sindicatos e o Governo, mas não teve sucesso.
Nos últimos
dias, alguns professores ainda tentaram dar aulas, mas os alunos não compareceram
às salas, alegando o clima de desentendimento entre os docentes. Com a Lusa
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