O parlamento da Guiné-Bissau está dividido em dois grandes blocos, um, que inclui o PAIGC (partido mais votado, mas sem maioria), a APU-PDGB, a União para a Mudança e o Partido da Nova Democracia, com 54 deputados, e outro, que juntou o Madem-G15 (segundo partido mais votado) e o Partido de Renovação Social, com 48.
O vice-chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas
Revolucionarias do Povo da Guiné-Bissau, general Mamadu Turé, pediu hoje aos
militares para se afastarem dos partidos políticos, considerando que estes
"vão chegar a um entendimento".
Vocês esforcem-se, obedeçam e evitem partidos políticos. Esta é
a recomendação que vos faço para se afastarem deles e deixá-los, que tarde ou
cedo chegam a um entendimento", afirmou Mamadu Turé.
O general guineense falava numa cerimónia, que decorreu nas
instalações da Marinha, para inaugurar o novo ginásio das Forças Armadas
guineenses, que pode ser utilizado pelo público.
"Que ninguém se envolva em nada, mesmo nada, que ninguém vá
por outro caminho, o vosso caminho é o da formação e da capacitação, esse é que
é o caminho, isso é o que nos dignifica, o mundo ganha confiança em nós e
amanhã seremos reconhecidos e estaremos de parabéns", salientou o general
guineense.
Dois meses depois das eleições legislativas de 10 de março, o
novo primeiro-ministro da Guiné-Bissau ainda não foi indigitado pelo Presidente
guineense, José Mário Vaz, e o novo Governo também não tomou posse devido a um
novo impasse político, que teve início com a eleição dos membros da Assembleia
Nacional Popular.
Depois de Cipriano Cassamá, do Partido Africano para a
Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), ter sido reconduzido no cargo de
presidente do parlamento, e Nuno Nabian, da Assembleia do Povo Unido - Partido
Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), pertencente ao 4.º partido na ANP, ter
sido eleito primeiro vice-presidente, a maior parte dos deputados guineenses
votou contra o nome do coordenador do Movimento para a Alternância Democrática
(Madem-G15), Braima Camará, para segundo vice-presidente do parlamento.
O Madem-G15 recusou avançar com outro nome para o cargo e
apresentou uma providência cautelar para anular a votação, mas que foi recusada
pelo Supremo Tribunal de Justiça.
Por outro lado, o Partido de Renovação Social (PRS) reclama para
si a indicação do nome do primeiro secretário da mesa da assembleia.
O parlamento da Guiné-Bissau está dividido em dois grandes
blocos, um, que inclui o PAIGC (partido mais votado, mas sem maioria), a
APU-PDGB, a União para a Mudança e o Partido da Nova Democracia, com 54
deputados, e outro, que juntou o Madem-G15 (segundo partido mais votado) e o
Partido de Renovação Social, com 48.
Em declarações à imprensa, o Presidente guineense justificou o
atraso na nomeação do primeiro-ministro com a falta de entendimento.
"Não temos primeiro-ministro até hoje porque ainda temos
esperança que haja um entendimento entre partidos políticos na constituição da
mesa da Assembleia e porque o Governo é da emanação da Assembleia", disse.
A situação política no país tem provocado um aumento da tensão
social, principalmente entre as camadas mais jovens da população, que têm
exigido a nomeação do primeiro-ministro, bem como a formação do novo Governo.
Na semana passada e novamente
na quarta-feira, milhares de jovens apoiantes dos partidos políticos da maioria
parlamentar e de outras formações políticas sem representação na Assembleia
Nacional Popular saíram à rua a exigir ao Presidente guineense a nomeação do
primeiro-ministro. Com a Lusa
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