Só com Deus, se pode erguer um futuro autenticamente humano, com Sentido final, pois Ele é o Futuro de todos os passados, do presente e de todos os futuros.
1. Face ao futuro, é essencial pensar. A
palavra escola vem do grego scholê, que significa ócio, com o sentido de tempo
livre para homens livres pensarem e governarem a polis.
Hoje, falta esse ócio, tudo se torna
negócio (do latim nec-otium). A própria política tornou-se sobretudo negócio.
Assim, sob o império da técnica e do negócio, não se pensa, calcula-se. A
técnica não pensa, calcula (Heidegger), o mesmo valendo para os negócios.
2. O futuro vem grávido de esperanças,
mas também com perigos: a guerra nuclear, as NBIC (nanotecnologias,
biotecnologias, inteligência artificial, ciências cognitivas, neurociências),
desembocando no transhumanismo e no pós-humanismo, a injustiça estrutural
mundial, o meio ambiente, as drogas, a paz, os direitos humanos, o trabalho...
Vivemos num mundo global, estes problemas são globais e a questão é que a
política é nacional, quando muito, regional.
Olhando para o futuro, não se impõe
pensar numa Governança Global? Não digo governo mundial, mas governança global,
já que os problemas enunciados só com decisões ético-jurídico-políticas globais
podem encontrar solução.
3. Problema maior hoje: uma espécie de
cansaço vital. Porque não há sentido último. Daí, nem é no desespero que se
vive, mas na inesperança.
Só com Deus, “Futuro Absoluto” (K.
Rahner), se pode erguer um futuro autenticamente humano, com Sentido final,
pois Ele é o Futuro de todos os passados, do presente e de todos os futuros.
Reflexão do Anselmo Borges no Diário de Notícias
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