domingo, 30 de novembro de 2014

O Governo da Guiné-Bissau, deixa zona libertada a sua sorte


Imagens recolhidas no terreno em pleno mês de novembro pelo jornal O Democrata, através de um dos repórteres da Rádio Jovem, mostram como a situação pode tornar-se dramática ainda que não chova, se medidas urgentes não forem tomadas para sanar o problema.

A estrada que liga Catió, região de Tombali, à Buba, região de Quinará, com apenas 58 quilómetros de extensão, encontra-se num avançado estado de degradação, quase intransitável, como se pode deduzir pelas imagens.

As más condições do percurso devem-se às fortes chuvas que anualmente se registam no sul da Guiné-Bissau, uma vez que o caminho consiste numa picada em terra batida, como sempre foi desde a Independência do país.

No sector de Empada, uma das localidades também sem infraestruturas rodoviárias e a poucos quilómetros de Catió, tentavam circular vários veículos de passageiros e viaturas de transporte coletivo superlotadas, com destino à cidade na região de Tombali, constatou o jornalista.

O repórter esteve no sul para acompanhar e fiscalizar a primeira fase dos programas do Fundo da ONU para a Infância (UNICEF) sobre a saúde das mulheres e crianças, emitidos pelas rádios comunitárias da zona. A reportagem revelou uma situação em que uma grávida em trabalho de parto da tabanca de Gã-Tunghan, uma localidade situada entre Catió e Buba, foi obrigada a embarcar numa viatura de transporte coletivo superlotada em condições “desumanas”.

“A família da grávida não tinha outro recurso. A ambulância do hospital de Buba tinha sido solicitada, mas não conseguiu deslocar-se para tabanca devido às más condições da estrada. Ela foi embarcada no carro, gemendo e contorcendo-se de dores”, explica.

O nosso entrevistado não soube precisar se a grávida chegou a Buba ou não e em que condição terá chegado. Apenas vislumbrar a grávida a ser transferida de uma viatura para outra e ficar melhor acomodada.

“Devido às más condições da via, as estradas são reforçadas com fragmentos de madeira e paus para permitir a circulação automóvel. Algumas viaturas não conseguem efetuar o percurso e acabam por sofrer danos durante a viagem. Quando isso acontece os passageiros a pernoitam no local e alguns chegam a ficar na mata dois dias para resolver a situação de trânsito”, referiu.

“Quando a situação se agrava os passageiros são obrigados a sair todos do carro para permitir que este seja movimentado com maior facilidade”, sublinha. O nosso interlocutor informou que a polícia não intervém mesmo vendo pessoas perigosamente amontoadas em cima das viaturas.

Em 2013, um trator de uma empresa Chinesa a operar na zona foi utilizado para puxar os veículos que não conseguiam atravessar a estrada “cortada” pela corrente da água. Os motoristas pagavam quinze mil francos cfas (15 mil cfas) pelo serviço denominado de “socorro”.

Uma fonte contatada pelo nosso jornal disse que um dos fatores de acidentes tem a ver com uma longa curva na estrada que por vezes fica muito escorregadia, sobretudo quando chove, provocando acidentes de viação.

O transporte de contentores de madeiras por parte das empresas chinesas que operam nesta zona é apontado por muitos como um dos fatores que contribuiu também para danificar o troço, que há muito tempo sempre foi objeto de muitas promessas de reparação, mas sem solução concreta.

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