sábado, 27 de outubro de 2012

É verdade de tudo,os Balantas são Judeus da Guiné – Bissau, escolhido por Deus



Sabemos como é difícil dar a mão à palmatória, reconhecer os erros cometidos, sobretudo quando esses erros tenham produzido consequências criminosas. Para tanto, é preciso ser honesto mental e intelectualmente; é preciso amar a verdade; é preciso ter sentido de honra, de dignidade e, sobretudo, é preciso ter consciência da dignidade do ser humano, independentemente da cor da sua pele, da sua origem racial e étnica, da sua condição social, económica, cultural e civilizacional. Para tanto, é preciso estar de boa-fé.

Ora, não existe boa-fé da parte daqueles que, depois de terem cometido o crime da colonização, ainda e apesar de todas as condenações internacionais, persistem em pensar que tinham razão e continuam a querer vingar-se daqueles que os expulsaram do poder nas suas terras e países.

Também, não existe boa-fé em nenhum dito intelectual que defenda ideias xenófobas. Quando muito, existirá uma de duas condições: ou burrice e incapacidade de espírito científico, de pesquisa, de investigação; ou intenção premeditada de enganar uns para conseguir que hostilizem outros, isto é, ou existe sofisma no pensamento de quem defenda aquelas ideias de xenofobia.

Vejamos se não é como digo:

Se é verdade que os Balantas não prestam e são a causa de todos os males na Guiné-Bissau, então também é verdade que os Judeus não prestam e, em consequência, Hitler teve toda a razão em persegui-los, roubá-los e matá-los massivamente! Mas sabemos todos que isto não é verdade: todo o mundo condena Hitler como pior do que Átila, como um dos maiores criminosos da História da humanidade e o Tribunal Penal Internacional, no célebre Julgamento de Nuremberga, depois de 1945, encarregou-se de julgar os criminosos Nazis, cujos sobreviventes ainda hoje são perseguidos mundialmente.

Se é verdade que os Balantas não prestam e são a causa de todos os males na Guiné-Bissau, então também é verdade que os Tutsis não prestam e que os Hútus tiveram razão em se organizar e massacrá-los (mais de 500.000 mortos). Mas sabemos todos que isto não é verdade: todo o mundo repudiou e o Tribunal Penal Internacional condenou esse massacre como sendo um genocídio cometido voluntaria e organizadamente no Ruanda a partir de 1994.  

Se é verdade que os Balantas não prestam e são a causa de todos os males na Guiné-Bissau, então também é verdade que Slobodan Milosevic teve toda a razão em mobilizar os Sérvios a massacrar, roubar e estuprar os kosovianos de origem albanesa e muçulmana, a partir de 1989. Mas sabemos todos que isto não é verdade: todo o mundo repudiou e o Tribunal Penal Internacional julgou, condenou e executou os responsáveis por esse massacre hediondo e desumano.

Então, em que é que ficamos?

O Eduardo Costa Dias e o ISCTE querem que o Estado da Guiné-Bissau e nós, os seus cidadãos, os levemos a Tribunal Penal Internacional por instigação ao genocídio e a crimes contra a humanidade?

Ou se calam, ou organizamos um abaixo-assinado para todos os Bissau-guineenses exigirem ao Tribunal Penal Internacional uma tomada de posição processual sobre o assunto. E, pelo caminho, enviaremos à Assembleia da República Portuguesa uma petição no sentido de ordenar aos Tribunais portugueses que acionem criminalmente esses dois falsos investigador e Instituto.

Querem? Não custa muito, nos tempos de hoje, com a Internet. Até sai mais barato do que possam imaginar e, seguramente, muitos advogados portugueses honestos, democratas e pessoas de bem vão querer assumir o patrocínio da Guiné-Bissau e dos Balantas num processo criminal contra Eduardo Costa Dias e o ISCTE! Cuidem-se, ou aguardem-nos…

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