O Crioulo
Guineense (CrG) é a língua nacional da Guiné Bissau, porque é a língua falada
pela maioria dos Guineenses espalhados por todo o território, e porque, depois
da Independência, foi capaz de assumir o papel de símbolo nacional.
No que diz
respeito a sua orígem, acho interessante
lembrar o que escreveu Marcelino Marques de Barros, nos seus artigos “O Guineense”:
“Os povos Mandingas de Dandu, os Colincas
de Geba, Farim e Casamance, e alguns Beafadas foram os primeiros a conhecer e a
‘crioulizar’ a língua da gente branca, numa altura em que ninguém aprendia
línguas, mas somente o vocabulário” (Revista Lusitana.
Depois da
Independência o CrG, apesar do pouco valor enquanto “lingua” que lhe foi
reconhecido pelas autoridades oficiais da então Colónia, como escreveu Pinto
Bull no seu livro O Crioulo da
Guiné-Bissau, Filosofia e Sabedoria, tem sido a língua veicular dos 27
grupos étnicos presentes num território tão pequeno.
Face a dificuldade
da língua Portuguesa em assumir o papel de língua de comunicação inter-étnica e
á improbabilidade de uma das línguas étnicas preencher o vazio, até agora o
Guineense tem demonstrado a potencialidade de cumprir esta função.
Nas escolas da
Guiné-Bissau há uma situação pouco adequada do ponto de vista da didáctica de línguas: os alunos falam Crioulo e são
obrigados a escrever o Português, sem um conhecimento gramatical das diferenças
e semelhanças das duas línguas: pela maioria dos estudantes a consequências são
prevesíveis: incapacidade de escrever de maneira correcta nas duas línguas e maior dificuldade em
aprender o Português, que é ainda a única língua utilizada nos documentos oficiais.
Os apontamentos
gramaticais que seguem têm como objectivo apresentar algumas regras gramaticais
(utilizando a “metalinguagem” da língua Portuguesa, que os alunos deviam já ter
aprendido o que são obrigados agora a aprender,
para começar a reflectir sobre a própria língua, o CrG, que já
aprenderam a falar e a escrever nos primeiros quatro anos escolares).
A metodologia
adoptada é de escrever frases e depois reflectir sobre algumas regras
utilizadas pelo locutor: o professor pode guiar os alunos a reflectir sobre
outras regras que ele achar oportunas para os seus alunos.
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