segunda-feira, 9 de junho de 2014

O Crioulo Guineense é a língua nacional da Guiné Bissau

O Crioulo Guineense (CrG) é a língua nacional da Guiné Bissau, porque é a língua falada pela maioria dos Guineenses espalhados por todo o território, e porque, depois da Independência, foi capaz de assumir o papel de símbolo nacional.

No que diz respeito a sua orígem,  acho interessante lembrar o que escreveu Marcelino Marques de Barros, nos seus artigos  “O Guineense”:

“Os povos Mandingas de Dandu, os Colincas de Geba, Farim e Casamance, e alguns Beafadas foram os primeiros a conhecer e a ‘crioulizar’ a língua da gente branca, numa altura em que ninguém aprendia línguas, mas somente o vocabulário” (Revista Lusitana.

Depois da Independência o CrG, apesar do pouco valor enquanto “lingua” que lhe foi reconhecido pelas autoridades oficiais da então Colónia, como escreveu Pinto Bull no seu livro O Crioulo da Guiné-Bissau, Filosofia e Sabedoria, tem sido a língua veicular dos 27 grupos étnicos presentes num território tão pequeno.

Face a dificuldade da língua Portuguesa em assumir o papel de língua de comunicação inter-étnica e á improbabilidade de uma das línguas étnicas preencher o vazio, até agora o Guineense tem demonstrado a potencialidade de cumprir esta função.

Nas escolas da Guiné-Bissau há uma situação pouco adequada do ponto de vista da didáctica  de línguas: os alunos falam Crioulo e são obrigados a escrever o Português, sem um conhecimento gramatical das diferenças e semelhanças das duas línguas: pela maioria dos estudantes a consequências são prevesíveis: incapacidade de escrever de maneira correcta  nas duas línguas e maior dificuldade em aprender o Português, que é ainda a única língua  utilizada nos documentos oficiais.

Os apontamentos gramaticais que seguem têm como objectivo apresentar algumas regras gramaticais (utilizando a “metalinguagem” da língua Portuguesa, que os alunos deviam já ter aprendido o que são obrigados agora a aprender,  para começar a reflectir sobre a própria língua, o CrG, que já aprenderam a falar e a escrever nos primeiros quatro anos escolares).

A metodologia adoptada é de escrever frases e depois reflectir sobre algumas regras utilizadas pelo locutor: o professor pode guiar os alunos a reflectir sobre outras regras que ele achar oportunas para os seus alunos.

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