segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Como proteger-se do Ébola: recomendações da Organização Mundial de Saúde

Os países da zona oeste do continente africano lutam contra a maior epidemia do vírus Ébola da história, suscitando preocupações ao nível mundial de que a febre hemorrágica se propague.

Neste contexto, revisitamos algumas das recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e dos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, sobre como proteger-se do Ébola.

Atenção aos sintomas
Os sintomas do Ébola incluem febre, dores de cabeça, nas articulações e musculares, fraqueza, diarreia, vómitos, dor estomacal, falta de apetite e, em alguns casos, hemorragia.

O vírus "é transmitido por contacto directo com fluidos corporais de uma pessoa infectada ou após a exposição a objectos - como seringas - que estejam contaminados com secreções infectadas", disse Stephan Monroe, vice-director do centro dos CDC para doenças infecciosas.

"O Ébola não é contagioso até que apareçam os sintomas", acrescentou.

Fluidos corporais
O vírus Ébola pode propagar-se através de muco, sémen, saliva, suor, vómito, fezes e sangue.

Monroe explicou que é "muito improvável" que o Ébola seja transmitido entre passageiros em espaço fechado como um avião ou um comboio, já que é necessário o contacto directo com as secreções corporais.

"A maioria das pessoas que se infecta com o Ébola convive (familiares ou trabalhadores da saúde) com as pessoas que já sofrem da doença e manifestam os sintomas".

Embora o vírus possa ser fatal em 90% dos casos, aqueles que se recuperam devem tomar precauções extraordinárias durante pelo menos dois meses, porque podem continuar a ser infecciosos.

"Os homens que se recuperaram da doença ainda podem transmitir o vírus através do sémen até sete semanas depois da recuperação", explica a OMS.

Evite contacto com cadáveres infectados
O Ébola também foi transmitido a pessoas que tiveram contacto com o corpo de alguém que morreu deste mal, como, por exemplo, durante os preparativos para um funeral.

"As pessoas que morrem de Ébola devem ser enterradas rapidamente e de forma segura", destaca a OMS.

Recomendações para trabalhadores da saúde
Os pacientes de regiões onde o Ébola está activo e que apresentam esses sintomas devem ser isolados do público em geral, recomendam os CDC.

Os trabalhadores de saúde devem seguir as precauções exigidas para o controlo de infecções. Precisam usar máscaras, luvas e batas de mangas compridas enquanto cuidam dos pacientes.

Os CDC também recomendam a higiene rotineira das mãos antes e depois do contato com um paciente com febre, assim como cuidados extremos no uso e no descarte de agulhas e seringas.

O período de incubação do Ébola - ou seja, o lapso entre a infecção e o aparecimento dos sintomas - é de 21 dias.

Evite carne crua
O Ébola atinge as populações humanas quando têm contacto com o sangue, os órgãos ou os fluidos corporais de animais infectados. Os morcegos frugívoros são o seu hospedeiro natural.

"Em África, tem sido documentada a infecção através do contacto com chimpanzés, gorilas, morcegos frugívoros, macacos, antílopes e porcos-espinhos infectados que foram encontrados mortos na selva", destaca a OMS.

As pessoas devem evitar comer ou tocar na carne crua de animais selvagens.

Se houver suspeitas de um surto numa herdade de macacos ou porcos, a OMS recomenda colocar toda a estrutura em quarentena e sacrificar os animais infectados, "supervisionando de perto o enterro ou a incineração das carcaças".

Não existem vacina contra o Ébola.
AFP

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