domingo, 3 de agosto de 2014

Guiné - Bissau, Futuro é Hoje, com Trabalho!



Estamos de volta, com as nossas reflexões avulsas após primeira que foi recebido muito bem. Já agora aproveitamos para agradecer comentários e mensagens de incentivo, esta é a nossa forma de, em primeiro lugar, partilhar o nosso ponto de vista sobre a nossa Guiné-Bissau e, em segundo lugar – mas sem tais pretensões, consciencializar e sensibilizar o leitor. Talvez, por isso, vamos sempre falar para a juventude, a força da mudança!

Por, Mamadú Saibana Baldé

A euforia provocada pelo sucesso do processo e término de período da transição vai diluindo e, até contraditoriamente dar lugar a frustração só porque o governo apresentado pelo Eng.º Domingos Simões Pereira não foi tão tecnocrata nem tão intelectual e não rompeu por completo com a transição.

Acresce ainda o facto do Presidente Dr. José Mário Vaz demorar em demonstrar rigor e zelo de que os guineenses têm fome. É que para a população a madeira continua a passear pelas ruas das Cidades do país, “o presidente só viaja” – pior fecha estradas horas a fio quando viaja. Enfim a verdade é que a convicção do povo revela impaciência porque a mensagem da campanha eleitoral foi forte e directa, no caso de Presidente a mensagem foi reforçada na tomada de posse e agora demora em meter a mão na lama.

Aos Nossos Governantes

É nossa convicção que o futuro da Guiné-Bissau pode e deve ser aquele que o povo sonha, um povo tão martirizado não merece os políticos que até hoje estiveram na direcção do país, daí que é importante que esses homens que são nossos dirigentes tenham noção que o prazo de validade que lhes é conferido é cada vez mais curto e envolve menos regalias de desculpas, o primeiro-ministro parece ter noção disso, o relógio está a andar – disse na sua tomada de posse. Aos nossos governantes queremos comunicar basta de palavras! O futuro é hoje, com Trabalho. O que queremos amanhã tem que ser trabalhado agora para que não tenhamos a vergonha de amanhã, por exemplo, não saber justificar aos nossos filhos como podemos permitir que todos os nossos vizinhos tenham internet moderno e nós andamos sempre na retaguarda.

O nosso país é hoje um desafio, que todos devemos abraçar. A melhor resposta que devemos dar a onda da solidariedade que vamos tendo é a de rigor e seriedade, muito contrário do que aconteceu, por exemplo, com a viagem da selecção nacional à Botswana. Quem fala disso não pode esquecer da tristeza que representou notícias sobre as nossas embaixadas – Portugal e Brasil, desvios de dinheiros e de procedimentos. Ora meus concidadãos havia necessidade, tinha mesmo que ser assim na via pública para humilhar a nação?

Tenhamos consciência, meter mão na lama deve ser valorizar cada acção que envolve a nossa pátria porque trata-se de bem-comum, de acontecimentos que perduram. Por isso senhores governantes, dirigentes da nação tenham sempre noção da responsabilidade que é representar o país.

Juventude: a diferença qualitativa!

É impossível que a juventude da Guiné-Bissau não constitua inspiração para qualquer observador atenta da nossa realidade. Contrariamente aos políticos a juventude com o seu vício vai labutando para melhorar o país. Por favor inspirem-se em jovens, nós somos a diferença qualitativa.

Veja-se, por exemplo, está a decorrer no Centro Cultural Brasil Guiné-Bissau programa de Meninas para Meninas de RENAJELF (Rede Nacional de Jovens Mulheres Líderes) que espelha a dinâmica dos jovens guineenses e contraria a inacção das ditas redes de organizações juvenis que trabalham de Agosto em Agosto. Com a RENAJEF encontramos referências de pessoas aplicadas em autoformação e sensibilização da sociedade para questão de género.

…com confiança no futuro

A arma mais poderosa do opressor é a mente do oprimido

Steve Biko – Revolucionário Sul-africano

A Guiné-Bissau está longíssimo de ser um caso perdido é, antes, um desafio interessante que deve captar atenção de todos os seus filhos. A mudança passa pela criação de uma juventude livre mentalmente. Os jovens devem ser capazes de interpretar a demanda da urgência, não interessar-se pela patética promessa de – vocês jovens são o futuro – quando é o futuro? Que futuro pode a classe esbanjadora que tem-nos governado dar aos jovens? Nenhuma! Os 40 anos de (in) dependência mais do que decepcionantes constituem importante testemunho para a demanda dos jovens, podemos e devemos correr com todos aqueles que desgraçaram o país de todos nós.

Engana-se a/o jovem que espera pela altura certa para fazer diferença, não há hora certa e a urgência do momento exige acção. A começar pela luta no seio das organizações de fazemos parte com dirigentes indignos.

Do rol de soluções além de adopção de uma postura condigna com valores morais e éticos de excelência, devemos ter sempre em consciência que o país é um bem-comum e pugnar pela democracia e acção em prol da comunidade. Sejamos jovens em todos os sentidos. A irreverência pede-se. E já!

Nota: Os artigos assinados por amigos, colaboradores ou outros não vinculam a IBD, necessariamente, às opiniões neles expressas.

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