
A menos de dois meses de exercício, após ter jurado respeitar a
Constituição com fidelidade, JOMAV deu o primeiro golpe ao fundamento do nosso
Estado que é a unidade nacional.
- Em vez de afirmar-se como garante da unidade da família guineense assente na sua diversidade étnica e cultural, o novo chefe de Estado assumiu a postura ordinária de alguns guineenses guiados por sentimentos divisionistas de servir interesses particulares.
- Em vez de tentar construir um país alicerçado na confiança e na harmonia, JOMAV pintou ainda mais o véu da desconfiança não só para com as forças armadas assim como toda grande família guineense.
O papel do Presidente da República não é de cavar o
túmulo de discórdia com a “enxada” de ilegalidade e do populismo.
O papel de um
estadista, sobretudo no contexto guineense, é de mobilizar e arrastar todos os
guineenses, independentemente das suas pertenças étnicas, a volta do ideal do
progresso através de atitudes e ações justas em prol do bem-estar coletivo.
Aliás, como fora com o nosso saudoso líder Amílcar Cabral. Este deveria ser a
postura de um Presidente que quer mudança duradoura neste país.
Na nossa visão, a decisão presidencial de fixar
quota para cada grupo étnico é vergonhosa e perigosa.
Vergonhosa porque deixa transparecer um improviso patente do Presidente JOMAV e isso suscita dúvidas quanto à tecnicidade dos seus assessores quer na área jurídica quer na parte política.
É perigosa porque esta questão importante não teve um tratamento adequado com base em auscultação alargada tanto do Conselho de Estado bem como do Governo responsável administrativamente das forças armadas. Sendo assim, a imposição de quota étnica pode alastrar-se às outras instituições de Estado.
Vergonhosa porque deixa transparecer um improviso patente do Presidente JOMAV e isso suscita dúvidas quanto à tecnicidade dos seus assessores quer na área jurídica quer na parte política.
É perigosa porque esta questão importante não teve um tratamento adequado com base em auscultação alargada tanto do Conselho de Estado bem como do Governo responsável administrativamente das forças armadas. Sendo assim, a imposição de quota étnica pode alastrar-se às outras instituições de Estado.
E
será que este país está de facto preparado para isso?
Será que o problema da
Guiné-Bissau enquanto Estado está na dificuldade de coabitação étnica?
Qual é o
grupo étnico que não foi vítima, a um dado momento de história deste país, de
ilegalidades, abusos de poder, de sucessivos regimes?
O problema está de facto
na composição étnica das instituições públicas ou está no sistema instituído
que mata o mérito em detrimento de clientelismo e nepotismo?
Porque não aplicar
o mérito e a carreira para construir uma nova instituição militar
profissionalizada em vez de recorrer às mesmas “saladas” de ontem?
Depois de tudo, fica-se com a sensação que o
Presidente JOMAV tem uma visão simplista das forças armadas de que é, a luz da
Constituição o Comandante em Chefe, e do imperativo da sua reorganização que só
é possível por via de um processo de reforma definido por leis e não por
vontade de uma pessoa ou de um grupinho de indivíduos.
Senhor Presidente, a
experiência já nos provou que a restruturação das forças armadas guineenses é
indissociável da imperativa reforma de todo o aparelho de Estado guineense.
Nessa magna tarefa, não há lugar para “medidas preconceituosas” que só conduzem
à desordem.
As constantes tentativas de fazer da instituição militar “bode
expiatório” da crónica crise que tem afetado de que maneira a Guiné-Bissau nas duas
últimas décadas devem acabar e deixar lugar para o rigor, a tecnicidade e a
transparência na gestão dos assuntos militares.
É hora de parar com a cultura
de “matchundadi” e amadorismo em detrimento da legalidade. Caso contrário,
vamos continuar procurar os fantasmas onde não existem.
Ao Presidente da República, a lucidez é importante
na abordagem de grandes questões sem nunca omitir a história, instrumento de
clarividência aos homens no presente na sua caminhada ao futuro.
O problema nas forças armadas, a semelhança de todo Estado, está na falta de respeito pelas leis. Respeitemos as leis e, claro, depois tudo será fácil!
O problema nas forças armadas, a semelhança de todo Estado, está na falta de respeito pelas leis. Respeitemos as leis e, claro, depois tudo será fácil!
//Odemocrata
Nao lhe percebeu a nocao do estado, nem estudou os docies que lhe encontrou na presidencia.
ResponderEliminarNa Guiné Bissau qualquer Macaco que salta a presidencia comesa logo a complicar as coisas, alias impor a sua propria chamada leis. Entao pergunto ?Qual é o papel do nosso senhor Eng. Domingos S.P. como chefe do executivo?
ResponderEliminarPenso Que o senhor pr.Jomav esta como um arbitro nao como jogador. Meus irmãos temos que pensar muito bem sobre este assunto é os guineenses ja estao farto de problemas ja chega.
Na minha modesta opinião, como desconhecedor da matéria, não vejo problemas que muitos talvez por ter mais conhecimentos viram.
ResponderEliminarO PR não chefe de Governo mas é comandante em chefe das Forças armadas;
Equilíbrio de elementos nas forças armadas não é crime nenhum se realmente queremos voltar para historias, quem é que não sabe ou não presenciou as praticas de forças armadas nos últimos anos?
Quem é que não ouviu diferentes declarações das chefias militares nos últimos anos?
Quem é que não sabe quais são as praticas de abusos nos últimos anos?
Quem é que nuca ouviu palavras "Bu sibi ami i kim"?
Quem é que nunca ouviu que "a terra é nossa e nunca mais vamos deixar que o poder nos escapa"?
A ultima pergunta é: Só quando uma etnia é maioritaria nas FA é que será constitucionalismo na G-B?
Meus irmãos somo melhores conhecedores da matéria mais que o JOMAV ou somos simplesmente "criticadures"?
Pedido: peço que quando quer comentar um assunto de venero que se identifique, porque os anónimos sempre são cobardes, e claro que não precisamos de Diabos na nossa sociedade.
Pensem meus irmãos porque o que se passa neste grande blog de intelectuais Balantas na diaspora já começa acordar os que ainda estão ou estavam a dormir.
Muito obrigado peço sempre desculpas em caos de ferir a sensibilidade de um ou outro não era a intenção.
http://www.rtp.pt/play/p1236/e126188/reporter-africa-2-edicao
ResponderEliminarFavor consultem com atenção e medir consequências das respetivas palavras do CEMGFA da Guiné-Bissau.
Acho eu na minha opinião como guineense aqui vai para todos os guineenses guine está a correndo perigo com as obvias declaração do PR anilizemos o descurso de um preisidente da republica na devisão ètnica ...
ResponderEliminarQuem não é capaz de congregar é porque falta-lhe tudo... Falta-lhe a escola de Amílcar Cabral, "UNIDADE, LUTA E PROGRESSO"!!! O passado serve para compreender o presente e planear o futuro. Povo guineense é um povo só... A ser verdade, o povo clamará para si a quota étnica para o lugar de presidente, o que levará a alteração da "Constituição" e a formação de vários presidentes étnicos para um só país... Quem ousava falar da quota étnica durante a luta armada de libertação??? Quem semeia vento, colhe...
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