Nem os serviços parlamentares nem da
presidência adiantaram qual o teor da intervenção do chefe de Estado.
A comunicação vai ser feita numa altura em
que há divergências entre José Mário Vaz e o primeiro-ministro, Domingos Simões
Pereira, que já reconheceu existir um clima de “tensão” entre ambos.
Os dois dirigentes guineenses foram
eleitos em 2014, repuseram a ordem constitucional após o golpe de Estado de
2012 e têm merecido o apoio generalizado da comunidade internacional – que
agora tem olhado com preocupação para as desavenças políticas entre ambos.
Para a intervenção do presidente no
parlamento, marcada para as 10:00 de sexta-feira, foram convidados os
representantes do corpo diplomático acreditado em Bissau, bem como os
representantes das autoridades internacionais a funcionar no país.
A União Africana (UA) foi a mais recente
instituição a mostrar-se preocupada com a falta de sintonia entre Presidente e
primeiro-ministro.
O comissário para a Paz e Segurança da UA,
Smail Chergui, referiu na quarta-feira em comunicado que “se não for
rapidamente circunscrita, a situação atual pode comprometer os progressos já
alcançados e complicar os esforços empregues para mobilizar apoio internacional
necessário para a Guiné-Bissau”.
Auscultado pelos veteranos do partido no
poder e que o elegeu, o PAIGC, o chefe de Estado disse nas últimas semanas
estar na posse de dossiês que põem em causa a autoridade moral de alguns
membros do Governo e que essa é a razão das divergências.
O PAIGC e o parlamento aprovaram na última
semana moções de apoio a Domingos Simões Pereira e ao Governo apelando ao
diálogo entre todos, algo que o primeiro-ministro acredita que será mais fácil
depois do afastamento de dois dirigentes políticos na última semana.
Baciro Dja demitiu-se do cargo de ministro
da Presidência do Conselho de Ministros e Abel Gomes abandonou o
secretariado-nacional do PAIGC. Com a Lusa
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