Na sua alocução, Major General Eduardo
Costa Sanhá, veterano da Luta de Libertação Nacional ao manifestar sua
satisfação pelo trabalho extraordinário realizado pelo Estado Maior General das
Forças Armadas, o Comando do Centro de Instrução e de Formação Militar começou
o seu discurso cumprimentando os cidadãos com as seguintes palavras.
“Permitam-me em nome do
Primeiro-ministro da República da Guine-Bissau, que não pode estar presente
neste importante acto por motivos da agenda, saudar e cumprimentar todos e a
cada um de vós presentes neste acto de 13º Juramento da Bandeira Nacional dos mancebos.
Esta moldura humana prova mais uma vez
que a relação entre as forças amadas e a nossa população, é sã, pelo que só
temos motivos de continuar a trabalhar de forma serena e abnegada para a
prossecução dos nossos objectivos.
O nosso muito obrigado à todos aqueles
que aceitaram deslocar-se até ao Centro de Instrução Militar de Cumeré para vir
testemunhar este acto simbólico, mas que não deixa de ser importante para as
forças armadas.”
Segundo o Ministro foi “sob instruções
do Presidente da República, José Mário Vaz, Comandante Supremo das Forças
Armadas, que o processo da reforma do sector da defesa e segurança encetado há
vários anos, ganhou uma nova dinâmica.
“Este processo permanece um pressuposto
fundamental para a consolidação da estabilidade política, da paz social e do
desenvolvimento sustentável desta nossa pátria amada.
A modernização das forcas armadas é uma
vertente importantíssima deste processo, mas a desmobilização e o recrutamento
de novos soldados, são componentes irreversíveis na profissionalização da
classe e na melhoria do seu desempenho.
Se o processo da reestruturação das
forças armadas tem trazido ganhos consideráveis ao país, não pudemos descurar
que o seu redimensionamento vai contribuir na criação da capacidade interna
visando proteger e defender a nossa integridade territorial”.
“É com base neste propósito e, não
obstante as nossas dificuldades financeiras, decidimos recrutar 1600 mancebos
incluindo elementos da Guarda Nacional, Guarda-fiscal e Bombeiros, que hoje prestam
o seu juramento da Bandeira Nacional. Quero neste particular, agradecer o
Ministro da Economia e Finanças pela disponibilidade de recursos, sem os quais
não seria possível recrutarmos estes homens.
Os Mancebos que doravante farão parte
das forças de defesa e segurança - Gostaria de dirigir-me mais especificamente
à aqueles que integrarão as forças armadas, e dizer o seguinte:
. Ser militar, é muito mais do que
vestir o uniforme e pegar numa arma. Ser militar, é estar integralmente
disponível ao serviço do seu país, das forças armadas e da sua pátria. É estar
disposto a defender até a última gota do seu sangue, a bandeira, os símbolos
nacionais e a integridade do território da República da Guiné-Bissau. Ser
militar, é ser um homem disciplinado, respeitador da hierarquia e da cadeia de
comando, obediente, mas capaz de defender a sua pátria com bravura. Ser
militar, é ser um soldado ao serviço do seu povo”.
“A partir de hoje, vocês vão iniciar uma
nova etapa e sem duvida a mais longa do vosso percurso, mas com o empenho e
dedicação, serão um dia o que este país espera de vós.
Não nos suscita dúvidas de que as
instruções que receberam ao longo deste período, permitiu-vos conhecer e
compreender as forças armadas, a sua missão e o vosso papel nelas.
Contamos convosco e esperamos o que
qualquer nação espera das suas forças armadas”.
Dirigindo-se ao Chefe de Estado-maior
General, adiantou que,
“Após este 13º Juramento da Bandeira
Nacional, as forças armadas terão a sua disposição elementos novos, jovens com
vontade e determinação de continuar a contribuir para o desenvolvimento do seu
país.
O Governo reconhece a necessidade do
cumprimento do serviço militar obrigatório, mas as vezes só a vontade não
basta, sobretudo quando outros condicionalismos sobrepõem esta vontade.
Vamos continuar a prestar a divida
atenção as forças armadas, para que em consequência, disponham de capacidades e
competências necessárias para a defesa da integridade do nosso território.
Estou convicto, aliás já nos foi provado
que a actual direcção das forças armadas que o Senhor General encabeça, vai
continuar a priorizar a formação do homem militar, para que este possa respeitar
as leis da República e submeter-se ao poder político.
As forças armadas estão e devem
continuar a estar longe do jogo político. Se assim for, não nos resta acreditar
que o futuro do nosso país, que tanto Amílcar Cabral e demais companheiros de luta
sonhavam, será risonho”.
Para os distintos presentes e irmãos
guineenses, o Ministro disse “Partimos de longe, de bem longe, para chegarmos
aqui. O nosso percurso custou suor e sangue de vários camaradas; perdemos
irmãos, perdemos colegas, familiares e amigos, mas ganhamos a nossa pátria.
A conquista desta pátria una e
indivisível, deve permanecer um factor de orgulho para cada filho deste país,
porque poucos são os povos que alcançaram este feito no mundo.
Por isso, sempre que as dificuldades nos
interpelam, devemos lembrar donde partimos e o que queremos; porque o que nos
une, é muito mais do que as nossas diferenças.
Podemos continuar a divergir nas nossas
opiniões, mas que saibamos primar pelo bem comum, ou seja desenvolvimento do
nosso país, em detrimento dos nossos interesses pessoais”.
“Seria de todo injusto, se eu terminasse
esta intervenção sem no entanto felicitar Director-geral do Pessoal e
Recrutamento Militar, o Chefe de Divisão do Pessoal e Quadros do Estado Maior
General das Forças Armadas (EMGFA), o Director do Centro, aos instrutores e a
todos aqueles que contribuíram para que este processo chegasse aqui hoje e de
forma bem-sucedida.
Termino reafirmando o que já tive
oportunidade de dizer em outras ocasiões, ‘a construção deste Estado custou
suor e sangue, por isso não deve haver nenhum limite de sacrifício para que os
seus filhos possam viver na paz, na tranquilidade e na estabilidade, pois só
assim poderemos alcançar o progresso que tanto almejamos”.
Junto e unidos, seremos sempre
invencíveis. Viva a República da Guiné-Bissau! Viva as Forças Armadas! Viva a
Unidade Nacional!
A sua presença nesta cerimónia, tem para
nós um duplo significado, pois, para além de responsável máximo pelo destino
das Forças Armadas da Guiné-Bissau, é também um amigo do Centro de Instrução e
Formação Militar do Cumeré, ajudando a criar as melhores condições para todos
aqueles que aqui servem e, dentro do possível, empreenderam todos os esforços
para que o apoio à formação que agora termina não nos faltasse e como tal, não
podemos deixar de lhe dedicar todo o apreço em momentos como o presente,
expressando publicamente a consideração e amizade que todos sentem.
Volta mais uma vez, Vossa Excelência, a
este Centro de Instrução, para presidir a cerimónia de encerramento do 1º Curso
de Formação dos Soldados Recrutas e também do Juramento de Bandeira dos
militares presentes nesta formatura e por essa razão, a sua visita é sinal de
consideração não só por este Centro mas também, tenho a firme certeza pelos
Militares que aqui trabalham e todos aqueles que com a sua dedicação, esforço e
grande empenhamento souberam dar o melhor de si para que os objectivos traçados
fossem alcançados com sucesso.
Agradeço a distinta presença de Vossas
Excelências, pois ela, mais do que uma representação institucional, é prova de
grande amizade e consideração, não só pessoal mas também de todos aqueles que
servem no Centro de Instrução e Formação Militar do Cumeré. Reitero a Vossas
Excelências, que o respeito, amizade e consideração são mútuos.
A vossa presença na nossa Unidade, neste
dia do encerramento do 13º Curso de Formação dos Soldados Recrutas contribui de
forma decisiva para o abrilhantar da cerimónia em que pusemos toda a nossa
dedicação e empenhamento e tenho a certeza que espelha um sentimento de
colaboração e grande amizade para com o Centro de Instrução e Formação Militar
do Cumeré.
Não posso também deixar de manifestar a
minha gratidão por todo o apoio facultado pelas Direcções que Vossas
Excelências dirigem e que são determinantes para o cumprimento e sucesso da
missão deste Centro de Instrução”.
Em termos de reconhecimento o papel
desempenhado pelo Portugal no âmbito da cooperação técnico-militar o Director
disse, “Portugal, país amigo e com quem temos o privilégio de manter fortes
relações de amizade e de cooperação, nomeadamente na vertente da Cooperação
Técnico Militar, que ficou bem evidente nos trabalhos desenvolvidos aqui neste
Centro, que culmina desta vez, com o encerramento do 1º Curso de Formação dos
Soldados Recrutas. Bem-haja, Senhor Adido de Defesa pela disponibilidade de
Portugal”.
Para os Oficiais Superiores, Oficiais
Subalternos, Sargentos, Praças, familiares e amigos dos Soldados, disse que é
com grande alegria que saúdo todos os presentes. Ao contrário do que possa
parecer, esta não é apenas mais uma cerimónia. Ela é especial. Sim, é uma
cerimónia para ser inscrita na memória de muitos, sobretudo daqueles que, após
terminado o seu período de formação, irão prestar o seu compromisso com a
Pátria que os viu nascer, através do Juramento de Bandeira, tendo a certeza que
os conhecimentos militares adquiridos até aqui, lhes permite entender, de forma
clara, o que representa o nobre serviço de servir a Pátria. Pois, este local,
mais do que um Centro de formação, é um espaço onde, tenho a certeza, foram
criados vínculos de respeito e de afecto. É um espaço privilegiado de “trocas”,
onde, para além de ensinar, também se aprende com cada aluno e com cada aluna,
aprendendo-se com as diferenças. Afinal, são as pessoas que fazem uma escola.
Esta é feita de relações.
Hoje iremos assistir ao encerramento de
mais uma acção de formação, o 1º Curso de Qualificação dos Soldados Recrutas e
ainda à Cerimónia do Juramento de Bandeira dos militares presentes nesta
Parada, missão que nos foi atribuída pelo Estado Maior General, através das
Divisões das Operações e Pessoal e Quadros”.
É sabido que as instituições valem pelos
resultados, e para as Forças Armadas é, como todos sabemos, a capacidade de
gerar produto Operativo, esse produto que tanto necessitamos. Mas, se tudo isto
é verdade, não é menos verdade que não há produto operativo sem formação. Neste
âmbito, o Centro de Instrução e Formação Militar do Cumeré tudo fez para que os
militares agora formados possam assim dar corpo a esta necessidade de levantar
novas subunidades e também desta forma contribuir para um produto operativo ao
serviço das Forças Armadas e das necessidades da Pátria, internamente e ainda,
no seio das Organizações de que fazemos parte. Estes resultados só nos podem
deixar orgulhosos”.
Recordou que, “nas duas últimas décadas,
verificaram-se alterações profundas e significativas no Sistema Internacional,
nomeadamente, as induzidas pelo surgimento de novos actores como Grupos
Radicais e o Terrorismo, tornando este muito mais complexo, perigoso e
violento. Consequentemente, passaram a existir novas ameaças, algumas das
quais, de cariz assimétrico, indefinido e imprevisível. Perante este novo
cenário, é necessário que as nossas Forças Armadas se adaptem aos novos
desafios, visando uma mais adequada e eficaz capacidade de resposta. Por isso,
insisto que temos que olhar para a formação de forma mais cuidadosa, ministrando
formação militar de base aos cidadãos que ingressem nas nossas Forças Armadas e
qualificar melhor os que já se encontram nas fileiras de forma a termos umas
Forças Armadas mais qualificadas e capazes de responder aos novos desafios”.
“Permita-me agora que me dirija aos
Militares, familiares e amigos dos Soldados Recrutas que hoje juram a bandeira.
Sentimo-nos sensibilizados com a disponibilidade de V. Exas., para participar
na efeméride que hoje também festejamos, sendo certo que esta cerimónia, embora
simples, mas carregada de simbolismo será porventura aquela que mais marcará os
vossos filhos pela vida fora, pois serão os primeiros passos, encetados ao
serviço da Pátria.
Gostava de vos lembrar que pese, embora
estejamos na era das novas tecnologias, com grande desenvolvimento da ciência,
tudo continua a girar em volta do homem, sendo por isso nossa grande
preocupação o rigor na vossa formação, pois só assim se conseguirão avanços de
forma a termos umas Forças Armadas mais eficientes e modernas, devidamente
estruturadas, apetrechadas e ajustadas à dimensão e interesses do nosso país.
É nas virtudes militares que se inspira
o culto da camaradagem, da lealdade e da generosidade, que são a essência da
autêntica vivência militar. Mas estas exaltantes componentes têm de ser
construídas sobre um dia a dia sólido, de rigor, de aprumo e de pontualidade”.
“Reconheço todo o esforço desenvolvido e
as dificuldades que passaram, sendo bem visível o espírito de cooperação entre
todos vós. Exorto-vos a continuar a fazer o vosso melhor, porque só assim ireis
conseguir aquilo que, de forma voluntária e consciente, vos propuseste ser –
Soldados da Guiné-Bissau.
Terminada a vossa formação, que culmina
com o Juramento de Bandeira, que marca o vosso compromisso com a Pátria. Tenho
a certeza que os conhecimentos militares adquiridos até aqui, vos permite
entender, de forma clara, o compromisso que ireis assumir publicamente perante
a Bandeira Nacional.
A Bandeira Nacional é um dos símbolos
nacionais e representa a Nação Guineense, materializando a nossa história e os
nossos anseios como povo, é a realização viva dos nossos ideais e a realização
dos nossos valores e projectos colectivos, assumindo assim um carácter sagrado
e materializando o orgulho de sermos Guineenses.
Que os juramentos, que ides realizar,
vos inspirem, a vontade e à força para, se necessário for, de forma heróica,
defender até com a vida, a vida da própria Pátria, isto é, tudo aquilo que
vocês mais amam: a terra em que se nasceu, onde se vive, onde repousam os
nossos saudosos Combatentes de Liberdade da Pátria, os nossos antepassados, a
segurança e o bem-estar dos vossos familiares, dos vossos amigos. Exorto-vos a
continuar, todos os dias, com uma mentalidade nobre a servir a nossa querida
Pátria”.
No capítulo de comportamento realçou que
– “Ainda a disciplina como a força dos Exércitos, elemento que fortalece a
organização militar e cria premissas para o êxito no cumprimento das missões
atribuídas. “Foram esses os dois elementos fundamentais que permitiram
projectar o Exército e as Forças Armadas no seu todo, para novos patamares da
sua prontidão e operacionalidade na salvaguarda das conquistas democráticas do
nosso povo.
Para terminar, não será a escassez de
recursos que nos fará esmorecer, os valores e as circunstâncias falarão sempre
mais alto e assim sempre saberemos colocar à frente as prioridades definidas
por Sua Excelência, continuando Vossa Excelência a contar com todo o apoio
necessário para reedificarmos as nossas Forças Armadas. Bem-haja meu
General/Exército pela sua presença”. Com as FARP’s
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