quarta-feira, 3 de julho de 2013

Cabo Verde, um pais com 38 anos de independência e uma sociedade sem alma

Independência/38 anos: Somos uma sociedade sem alma porque não ensinamos história, assegura Iva Cabral.

A historiadora Iva Cabral diz ser “horrível” Cabo Verde não ensinar história à juventude, a camada que precisa de “heróis, mitos e lendas” e afirma que se vive numa “uma sociedade quase sem alma”.

A filha de Amílcar Cabral desaponta-se com o tratamento que os cabo-verdianos dão à história do país e de África, que considera o espaço vital de Cabo Verde. “Nunca a Europa e muito menos os Estados Unidos da América. Nunca”.

Iva Cabral refere-se aos “muitíssimos complexos” que os cabo-verdianos têm em relação a África, à costa africana, continente que os cabo-verdianos não conhecem exactamente por causa desses complexos, o que só “prejudicam” a sociedade, sublinha.

“Temos complexos porque não queremos aceitar que somos uma sociedade de base escravocrata. Fomos povoados por escravos negros”, afirma a historiadora.

Iva Cabral quer Cabo Verde no cimo da CEDEAO, “organização regional africana a cujas reuniões o país até deixou de se apresentar, por mero complexo, quando o futuro está no continente ou na Ásia”, disse.

“Tomamos África como um todo, mas não é assim. A Guiné-bissau e o Senegal são diferentes. E depois pensamos que o nosso futuro está em acordos especiais com a Europa. Por mim acho que o nosso futuro está em África. Lá é que está o futuro”.

No início do século XVI, refere Iva Cabral, havia 200 brancos e cinco mil escravos na Cidade Velha, e o povo “não quer aceitar isso porque ser africano é ser negro, pobre, escravo. Não”.

“Queremos virar-nos para a Europa e para os Estados Unidos esquecendo o nosso espaço vital, que é a costa africana. Qualquer historiador que estude Cabo Verde vai dizer: o espaço vital de Cabo Verde é a costa africana, nunca a Europa e muito menos os Estados Unidos”.

Iva Cabral, que é reitora da Universidade Lusófona de Cabo Verde, lança ainda um olhar crítico sobre o ensino superior no país.

“O Governo devia baixar os impostos às universidades, porque afinal não se tratam de casas comerciais”, diz.

A Electra (empresa de água e eletricidade) também devia olhar para as tarifas que aplica às empresas que são do bem público, desafia a historiadora, referindo que a Lusófona às vezes nem dinheiro tem para pagar aos professores.

Outro ganho da Independência foi o saneamento público.

“Às vezes queremos milagres. Não temos recursos naturais, petróleo, diamantes, minérios que possam ser usados logo. Mas temos o mar, a nossa riqueza está no mar, e na posição estratégica. Foi isso que nos salvou”, enfatizou.

3 comentários :

  1. Antes de mais, queria agradecer eletrada pela coragem que teve para decifrar este assunto numa forma clara e preciso.
    O Cabo Verde,é um País que no seu todo sofre de complexo, isso é certo.
    Obrigado
    Maos as obras.

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  2. Flora Cably A verdade dói mas ela tem que ser dita, pois ela ilumina o futuro.Complexos são refúgios da vergonha, mas a vergonha envergonha-me se eu for culpado, por Isso Cabo verde não devia ter vergonha nem complexos, porque o processo de Escravatura foi feito pelos Europeus, não pelos Caboverdianos que apenas foram consequências desta vergonha dos Europeus. Portanto pela Historia o Caboverdiano não tem que ter vergonha de ser descendente de Escravatura.

    Espero que haja alguém que pense o mesmo.

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  3. o quevem de baixo nao nos atingem.. pura igonorancia desta senhora. historiadora da meia tigela.. ela tinha muito que estudar antes d abrir a boca e pronunciar estas disparatadas..

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