O presidente em exercício do Partido Africano da
Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Manuel Saturnino, pediu hoje
"coesão" interna na abertura do oitavo congresso daquela força
política.
O dirigente espera que, depois da reunião magna,
"não haja vencedores nem vencidos" dentro do partido, num apelo à
"coesão dos militantes" tendo em conta os próximos embates eleitorais
- eleições gerais (legislativas e presidenciais) marcadas para 16 de março.
O congresso que vai escolher o novo líder e decidir
quem se candidatará às eleições começou três dias depois do previsto devido a
várias reuniões internas para "limar arestas", justificou no sábado o
secretário nacional do PAIGC, Augusto Olivais, à agência Lusa.
A abertura acabou por acontecer hoje, pelas 14:00, e
contou com vários músicos convidados.
O congresso junta 1.200 delegados para discutir os
estatutos e escolher uma nova liderança, substituindo Carlos Gomes Júnior,
primeiro-ministro deposto no contra-golpe de Estado de abril de 2012 e que reside fora
do país.
Uma delegação do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) está presente, encabeçada por Cristóvão da Cunha, membro do
"bureau" político do partido que governa Angola.
Aquele representante já discursou e disse que o MPLA
"não podia faltar ao congresso do PAIGC, por ser um partido amigo, cujo
fundador, Amílcar Cabral, ajudou na independência e emancipação do povo
angolano".
Ainda na abertura, Óscar Barbosa, porta-voz da direção
do PAIGC, leu várias mensagens de felicitações, como do Partido Comunista da
China, do Partido Comunista de Cuba e de diversas forças políticas da Rússia,
Gana e Venezuela, entre outras.
Os delegados devem hoje aprovar a composição da mesa
do congresso, bem como o programa dos trabalhos para os próximos dias.
Nos estatutos em vigor, existe um secretário nacional
com funções administrativas, sendo o presidente quem dirige o partido e
encabeça a lista às eleições legislativas - cenário que o candidato Braima
Camará quer manter.
Outra proposta defende que o PAIGC passe a ter um
secretário-geral que seja cabeça-de-lista nas legislativas, passando o
presidente a dedicar-se só ao partido - opção dos candidatos à presidência
Carlos Correia e Satu Camará e de outros concorrentes à liderança que pretendem
ocupar o cargo de secretário-geral: Domingos Simões Pereira, Aristides Ocante
da Silva, Cipriano Cassamá e Daniel Gomes.
No entanto, o posicionamento de cada candidato a líder
poderá depender do que vier a ser decidido sobre os estatutos, disse fonte
partidária à agência Lusa.
O PAIGC é a força política mais votada no parlamento
da Guiné-Bissau, foi o movimento que organizou a luta pela independência na era
colonial e não teve oposição até ser admitida a criação de outros partidos, em
1991.
Sem comentários :
Enviar um comentário
COMENTÁRIOS
Atenção: este é um espaço público e moderado. Não forneça os seus dados pessoais (como telefone ou morada) nem utilize linguagem imprópria.