domingo, 2 de fevereiro de 2014

Apelo à "coesão" na abertura de congresso do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC)



 O presidente em exercício do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Manuel Saturnino, pediu hoje "coesão" interna na abertura do oitavo congresso daquela força política.

O dirigente espera que, depois da reunião magna, "não haja vencedores nem vencidos" dentro do partido, num apelo à "coesão dos militantes" tendo em conta os próximos embates eleitorais - eleições gerais (legislativas e presidenciais) marcadas para 16 de março.

O congresso que vai escolher o novo líder e decidir quem se candidatará às eleições começou três dias depois do previsto devido a várias reuniões internas para "limar arestas", justificou no sábado o secretário nacional do PAIGC, Augusto Olivais, à agência Lusa.

A abertura acabou por acontecer hoje, pelas 14:00, e contou com vários músicos convidados.

O congresso junta 1.200 delegados para discutir os estatutos e escolher uma nova liderança, substituindo Carlos Gomes Júnior, primeiro-ministro deposto no contra-golpe de Estado de abril de 2012 e que reside fora do país.

Uma delegação do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) está presente, encabeçada por Cristóvão da Cunha, membro do "bureau" político do partido que governa Angola.

Aquele representante já discursou e disse que o MPLA "não podia faltar ao congresso do PAIGC, por ser um partido amigo, cujo fundador, Amílcar Cabral, ajudou na independência e emancipação do povo angolano".

Ainda na abertura, Óscar Barbosa, porta-voz da direção do PAIGC, leu várias mensagens de felicitações, como do Partido Comunista da China, do Partido Comunista de Cuba e de diversas forças políticas da Rússia, Gana e Venezuela, entre outras.

Os delegados devem hoje aprovar a composição da mesa do congresso, bem como o programa dos trabalhos para os próximos dias.

Nos estatutos em vigor, existe um secretário nacional com funções administrativas, sendo o presidente quem dirige o partido e encabeça a lista às eleições legislativas - cenário que o candidato Braima Camará quer manter.

Outra proposta defende que o PAIGC passe a ter um secretário-geral que seja cabeça-de-lista nas legislativas, passando o presidente a dedicar-se só ao partido - opção dos candidatos à presidência Carlos Correia e Satu Camará e de outros concorrentes à liderança que pretendem ocupar o cargo de secretário-geral: Domingos Simões Pereira, Aristides Ocante da Silva, Cipriano Cassamá e Daniel Gomes.

No entanto, o posicionamento de cada candidato a líder poderá depender do que vier a ser decidido sobre os estatutos, disse fonte partidária à agência Lusa.

O PAIGC é a força política mais votada no parlamento da Guiné-Bissau, foi o movimento que organizou a luta pela independência na era colonial e não teve oposição até ser admitida a criação de outros partidos, em 1991.

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