
Segundo
Felisberto Vieira, as imagens da televisão nacional demonstram o que aconteceu
e quem praticou a desordem que se viveu no Parlamento, desmentindo as
declarações do líder da bancada do Movimento para a Democracia (MpD) que acusou
os deputados da sua bancada José Maria Veiga e Carlos Delgado de tentativa de
agressão a Carlos Veiga.
Para
o deputado, o líder da minoria Fernando Elísio Freire, assim como a sua
bancada, desrespeitaram “escandalosamente” o presidente do Parlamento, chegando
ao ponto de lhe retirar a confiança política, acto “de nulo efeito político e
jurídico” e que não abona para a boa imagem da Casa Parlamentar.
O
que se passou no Parlamento esta quinta-feira, no seu entender, “foi o culminar
do mau gosto e da selvajaria, de precedente implicitamente perigoso e, por
isso, de todo inaceitável” protagonizado pelo deputado José Filomeno Monteiro,
ao que se seguiram declarações “extemporâneas e de lesa tranquilidade
parlamentar de alguns deputados”, levando à suspensão da sessão.
Felisberto
Vieira considerou, por outro lado, que este desacato “vinha premeditada e a
cumprir a ardilosa estratégia de passar a imagem de desgoverno do Parlamento,
que insinua uma falaciosa tentativa de agressão física ao deputado Carlos
Veiga”.
Em
resposta, o líder da bancada do MpD afirmou que a condução parcial dos
trabalhos por parte de Basílio Ramos não é a melhor forma de dar força à
democracia, com o PAICV numa “atitude totalitária” a apoiá-lo numa estratégia
de anular a oposição.
Elogiou
os deputados que se mantiveram firmes na defesa da integridade física do
ex-primeiro-ministro, afiançando que esta tentativa de agressão vai ser uma
página negra na história do Parlamento perpetrada por deputados do PAICV.
“Não
há discurso político de forma cínica e hipócrita que apague a estratégia
totalitária que o PAICV tem para Cabo Verde”, disse Fernando Elísio Freire,
para quem essa postura é colocar a democracia no papel para, na esquina
seguinte, “rasgá-la e atirá-la ao vento”.
E
nada desculpa o facto de o líder da maioria ter pegado no braço do ‘camera man’
da TCV “para não filmar para que o país não visse a vergonha do que aconteceu
ontem”, denunciou o deputado.
Saiu
em defesa do colega José Filomeno Monteiro, para dizer que o presidente do
Parlamento tem-no, reiteradamente ao longo da legislatura, retirado a palavra,
“considerando-o um deputado menor”.
O
Parlamento cabo-verdiano não está bem, declarou o presidente da UCID,
assegurando que episódios destes “não dignificam em nada a Casa Parlamentar”.
De
acordo com António Monteiro, todos são responsáveis por esta situação,
incluindo o Governo, pelo que pediu a todos os sujeitos parlamentares a se
respeitarem uns aos outros, respeitando também os eleitores e o povo de Cabo
Verde.
O
objectivo, frisou, é fazer do Parlamento uma instituição à altura dos desafios
do país, devendo os deputados pôr os seus interesses acima de tudo.
Da
sua parte, Basílio Ramos apelou a todos a trabalharem para elevar o nível do
debate e a valorizarem o Parlamento que, a seu ver, tem desempenhado o seu
papel.
“Momentos
episódicos como os de quinta-feira não são o rosto da Casa Parlamentar”,
referiu o presidente do Parlamento, que prometeu continua a gerir este órgão da
mesma forma como o fez até hoje, conforme manda o regimento.
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