segunda-feira, 17 de março de 2014

Ex-presidente santomense acusa Pinto da Costa de falsificar a história do país


O antigo presidente santomense, Miguel Trovoada, convocou uma conferência de imprensa para reagir a declarações do atual chefe de Estado, Manuel Pinto da Costa, que ele acusa de faltar à verdade sobre a história do país.

 O antigo presidente santomense, Miguel Trovoada, convocou para esta segunda-feira uma conferência de imprensa para reagir a declarações do atual chefe de Estado, Manuel Pinto da Costa, que ele acusa de faltar à verdade sobre a história do país durante as reuniões preparatórias ao diálogo nacional.

Segundo nota divulgada hoje, Miguel Trovoada pretende desmentir informações que considera "falsas e grosseiras sobre a história do país" que Manuel Pinto da Costa tentou transmitir sobre o passado político daquele, durante o regime de partido único.

"O objetivo é repor a verdade, na minha perspetival, acerca dos acontecimentos passados em que estive envolvido e cuja versão, já apresentada publicamente, contraria de forma espantosa a realidade dos factos", lê-se na nota da imprensa.

Trovoada, que dirigiu São Tomé e Príncipe de 1991 a 2008, sucedendo a Manuel Pinto da Costa (1975-1991), entende ser um "dever de memória e uma obrigação de cidadania não guardar silêncio perante a tentativa de falsificação do passado".

Pinto da Costa teria revelado que Miguel Trovoada foi preso, durante o regime de partido único, após várias acusações contra si em torno da campanha que levou a cabo sobre o primeiro censo organizado no país.

Na altura, Pinto da Costa estaria ausente do país, e Miguel Trovoada teria tido direito à defesa antes de pedir asilo político à Embaixada de Portugal que lho teria recusado.

"Mais tarde, refugiou-se nos escritórios das Nações Unidas onde foi em seguida preso e transferido para as instalações da antiga Polícia política portuguesa, PIDE-DGS", disse.

As declarações de Pinto da Costa foram feitas em resposta a uma questão levantada pelo cidadão Olinto Costa, que o acusou de ser a origem do problema em São Tomé e Príncipe, face à crise existente entre si e a família Trovoada que não foi ultrapassada através de diálogo.

Olinto Costa afirmou que os santomenses têm sofrido com esta discórdia, pelo que era "necessário sarar a ferida existente".

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