O antigo presidente santomense,
Miguel Trovoada, convocou uma conferência de imprensa para reagir a declarações
do atual chefe de Estado, Manuel Pinto da Costa, que ele acusa de faltar à
verdade sobre a história do país.
O antigo presidente santomense, Miguel
Trovoada, convocou para esta segunda-feira uma conferência de imprensa para
reagir a declarações do atual chefe de Estado, Manuel Pinto da Costa, que ele
acusa de faltar à verdade sobre a história do país durante as reuniões
preparatórias ao diálogo nacional.
Segundo
nota divulgada hoje, Miguel Trovoada pretende desmentir informações que
considera "falsas e grosseiras sobre a história do país" que Manuel
Pinto da Costa tentou transmitir sobre o passado político daquele, durante o
regime de partido único.
"O
objetivo é repor a verdade, na minha perspetival, acerca dos acontecimentos
passados em que estive envolvido e cuja versão, já apresentada publicamente,
contraria de forma espantosa a realidade dos factos", lê-se na nota da
imprensa.
Trovoada,
que dirigiu São Tomé e Príncipe de 1991 a 2008, sucedendo a Manuel Pinto da
Costa (1975-1991), entende ser um "dever de memória e uma obrigação de
cidadania não guardar silêncio perante a tentativa de falsificação do passado".
Pinto
da Costa teria revelado que Miguel Trovoada foi preso, durante o regime de
partido único, após várias acusações contra si em torno da campanha que levou a
cabo sobre o primeiro censo organizado no país.
Na
altura, Pinto da Costa estaria ausente do país, e Miguel Trovoada teria tido
direito à defesa antes de pedir asilo político à Embaixada de Portugal que lho
teria recusado.
"Mais
tarde, refugiou-se nos escritórios das Nações Unidas onde foi em seguida preso
e transferido para as instalações da antiga Polícia política portuguesa,
PIDE-DGS", disse.
As
declarações de Pinto da Costa foram feitas em resposta a uma questão levantada
pelo cidadão Olinto Costa, que o acusou de ser a origem do problema em São Tomé
e Príncipe, face à crise existente entre si e a família Trovoada que não foi
ultrapassada através de diálogo.
Olinto
Costa afirmou que os santomenses têm sofrido com esta discórdia, pelo que era
"necessário sarar a ferida existente".
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