O Representante Especial do
Secretário-geral das Nações Unidas na Guiné-Bissau (SRSG), José Ramos-Horta,
manteve no início desta semana, uma reunião com responsáveis do Hospital
Militar Principal.
No encontro, participaram o
Director-Geral daquela unidade de saúde, Quinhim Natoté, e o Director-Clínico,
Augusto Mendes.
Foi feita uma apresentação das
valências neste momento disponíveis deste Hospital, que presta cuidados de
saúde, não apenas a membros das Forças Armadas e familiares, mas aos utentes em
geral.
O hospital enfrenta neste momento,
graves carências, sobretudo ao nível dos recursos humanos, médicos, enfermeiros
e outro pessoal especializado. As especialidades médicas são as mais afectadas,
caso da oftalmologia, serviço que é assegurado apenas por optometristas. Há
também dificuldades em dar resposta aos utentes, nas áreas da neurocirurgia,
gastrenterologia e imagiologia. É o caso dos exames de TAC (tomografia
axial-computorizada), em que há apenas um técnico a operar os equipamentos.
O Hospital Militar Principal (HMP),
não obstante apresentar instalações relativamente modernas e adequadas ao
serviço que presta às populações – e cujas obras foram apoiadas pela Republica
Popular da China, que também destacou 13 técnicos-, precisa urgentemente de um
conjunto de apoios públicos, já que, segundo os seus responsáveis, não recebe
qualquer verba do Orçamento Geral do Estado, apesar de estar sob tutela do
Ministério da Defesa. Mas como referiu o Director-Clínico, Augusto Mendes, “o
importante não é só a estrutura física, mas também os recursos humanos”.
A Direcção do HMP, está contudo a
estudar várias medidas para tentar superar carências ao nível dos recursos
humanos, tendo inclusivamente mantido contactos com a Embaixada de Cuba, dada a
experiência daquele país, no sector da cooperação para a saúde. Admite-se que
alguns médicos cubanos possam vir para a Guiné- Bissau desenvolver também
programas de formação.
As dificuldades orçamentais que o
País enfrenta, afectam também o Sistema Nacional de Saúde da Guiné Bissau.
O financiamento próprio do HMP, está em larga medida dependente das taxas pagas pelos utentes, designadamente, 10 mil francos CFA, para internamentos.
O financiamento próprio do HMP, está em larga medida dependente das taxas pagas pelos utentes, designadamente, 10 mil francos CFA, para internamentos.
A Administração do Hospital Militar
Principal, enfrenta ainda graves dificuldades na aquisição de combustível
indispensável para o fornecimento de energia eléctrica que é, para já,
assegurado pela ECOMIB, a Missão Militar da CEDEAO destacada para a
Guiné-Bissau, e que também presta apoio logístico em diversas vertentes.
A alimentação prestada aos doentes, é
outra das grandes dificuldades, embora exista já um projecto que para ser
implementado, necessita de um encaixe financeiro de 130 milhões de CFA (cerca
de 276 mil USD). Estas verbas destinam-se a equipar a cozinha e à aquisição de
bens alimentares.
O Representante Especial do
Secretário-Geral da ONU, José Ramos-Horta, disse que fará diligências no
sentido de obter apoios para a resolução do problema das refeições aos utentes:
“vou fazer o que puder em função da política do novo Governo, através de um
pedido formal a quem de direito, a um doador para apoiar a cantina”. Esses
parceiros, poderão ser a União Europeia, o Banco Mundial, etc.
Ramos-Horta, considera também que o
sector privado nacional podia ajudar neste domínio, como é o caso dos hotéis,
onde há sempre alimentos desperdiçados, que podiam ser doados a unidade de
saúde mais carenciadas.
O sector privado pode também fornecer
sacos de arroz, de farinha e outros alimentos não perecíveis.
O Representante do Secretário-Geral
da ONU, no âmbito dos contactos que irá manter, inclui também a Agencia de
Cooperação de Timor-Leste, na Guiné-Bissau.
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