O ex-primeiro-ministro José Sócrates afirmou hoje à
agência Lusa que, enquanto líder do executivo, nunca usou nenhum cartão de crédito
do Governo e repudiou a notícia de que o DIAP estará a investigar "cartões
de Sócrates".
José Sócrates reagiu à manchete da edição de hoje do
jornal Correio da Manhã, com o título "DIAP (Departamento de Investigação
e Ação Penal) investiga cartões de Sócrates", segundo a qual está em causa
um eventual "abuso dos dinheiros públicos" - um processo iniciado
após queixa da Associação Sindical dos Juízes Portugueses.
"Acontece que, enquanto fui primeiro-ministro,
nunca tive nenhum cartão de crédito do Governo. Nunca tive", frisou José
Sócrates.
Nas declarações que fez à agência Lusa, o
ex-primeiro-ministro repudiou o teor da notícia.
"A pretensa notícia é mais uma peça da patética
e doentia campanha de perseguição pessoal que o Correio da Manhã há anos
desenvolve contra mim - campanha que já constitui objeto de procedimento
judicial que há muito tempo intentei contra o Correio da Manhã", disse.
De acordo com o ex-primeiro-ministro, a manchete da
edição de hoje do Correio da Manhã, "como outras, só dariam vontade de
rir, não fora o facto de constituírem elas próprias um insulto ao
jornalismo".
Em março de 2012 o Ministério Público (MP) abriu um
inquérito-crime na sequência da denúncia apresentada pela Associação Sindical
dos Juízes Portugueses (ASJP) relativa a despesas efetuadas por responsáveis
governamentais do anterior executivo socialista.
Na altura, o MP confirmou que deu entrada no
Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa a denúncia da ASJP,
que "foi registada como inquérito-crime".
A ASJP havia enviado para o MP, para efeitos de
investigação, toda a documentação que lhe foi entregue pelos ministérios e
secretarias de Estado relativa a despesas do anterior Governo socialista.
Em finais de janeiro de 2012, o Supremo Tribunal
Administrativo (STA) deu razão, em definitivo, à Associação de Juízes, que em
outubro de 2010 avançou com um pedido de informações sobre as despesas dos
ministérios do Governo liderado por José Sócrates.
Em causa estava a utilização de cartões de crédito,
despesas com telefones fixos e móveis, o pagamento de despesas de representação
e de subsídios de residência por parte de membros do anterior governo. Mas foi
no tempo do atual Governo que os ministérios tiveram de fornecer estes dados e
num prazo de dez dias úteis.
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