Genebra - Quinze países africanos próximos da área mais
afetada pelo Ébola vão receber ajuda para evitar a propagação da epidemia, anunciou
hoje (quinta-feira) a OMS, que não recomendou os controlos nos aeroportos.
Estes países identificados como prioritários pela
Organização Mundial de Saúde, incluem os quatro países que fazem fronteira com
a zona afectada na África Ocidental: Côte d'Ivoire, Guiné-Bissau, Mali e
Senegal.
Onze outros países desta lista são: Benin, Burkina
Faso, Camarões, Gâmbia, Ghana, Mauritânia, Nigéria, República Centro-Africana,
República Democrática do Congo, Sudão do Sul e Togo.
Todos foram selecionados com base nas rotas comerciais
e o estado de seu sistema de saúde, indicou durante uma colectiva de imprensa
em Genebra Isabelle Nuttall, directora do departamento de alerta e acção da
OMS.
A OMS informou que não recomendava os controles
implementados nos aeroportos na chegada de passageiros para detectar quaisquer
pessoas infectadas na África pelo vírus Ébola.
"Também não desaprovamos a prática", declarou
Nuttall.
"Isso pode dar uma falsa sensação de segurança.
Aferir a temperatura dos passageiros só indicará aqueles que já apresentam
sintomas. Estes sintomas podem ser detectados após passar pela alfândega e
entrar no país", explicou a directora.
O controlo de temperatura dos passageiros pelas
autoridades está sendo realizado nos três países mais afetados pela epidemia,
Guiné, Libéria e Serra Leoa, um medida estrita recomendada pela OMS.
"Não podemos estigmatizar as pessoas, não há razão
para condenar ao ostracismo aquele proveniente de países afectados e os
trabalhadores humanitários", ressaltou Isabelle Nuttall.
De acordo com o último relatório da OMS, a febre
hemorrágica já matou 4.493 pessoas em 8.997 casos registados em sete países
(Libéria, Serra Leoa, Guiné, os mais afectados, assim como Nigéria, Senegal,
Espanha e Estados Unidos).
A OMS teme um aumento no número de infecções, que podem
subir a 10 mil novos casos por semana até o final do ano na África Ocidental.
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