Filipe Nyusi prometeu um governo
"prático e pragmático" para resolver "problemas e combater
despesismo". Dirigindo-se à oposição, pediu unidade.
Ao tomar posse esta quinta-feira, Filipe
Nyusi, o quarto Presidente de Moçambique independente, disse que será um chefe
de Estado alheio às guerras políticas partidárias e que assumia um compromisso
"com a unidade nacional". "O povo é o meu patrão. O meu
compromisso é servir o povo moçambicano como meu único e exclusivo
patrão".
"Assumo as minhas funções como
Presidente de todos os moçambicanos, disposto e disponível para escutar todos
os sectores da opinião pública (...) quero que o nosso Estado e os moçambicanos
em geral sejam os verdadeiros donos das nossas riquezas e
pontencialidades", disse na cerimónia na Praça da Independência, em
Maputo.
Nyusi — que foi candidato da Frelimo
(Frente de Libertação de Moçambique) e derrotou Afonso Dhlakama, líder da
Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), que não reconhece a vitória do
adversário — deu as primeiras pistas sobre a equipa que irá formar; Moçambique
é um regime presidencialista. "O Governo que irei criar será prático e
pragmático (...) para resolver problemas e combater o despesismo", disse,
citado pelo jornal A Verdade. "Ninguém está acima da lei e todos são
iguais perante a lei".
Nyusi representa a chegada ao poder da
geração que não combateu na guerra colonial. Uma das suas principais tarefas
será o diálogo com a Renamo, que ao não aceitar o resultado das eleições
presidenciais e legislativas, não ocupou os 89 lugares que ganhou no Parlamento.
Dhlakama anunciou mesmo a formação de uma república do Centro e do Norte de
Moçambique, dirigida por si e pelo seu partido.
O novo Presidente não se referiu
directamente a Dhlakama no discurso da tomada de posse. Mas pediu, mais do que
uma vez, a unidade: convidou os moçambicanos e os partidos políticos da
oposição para, de forma "responsável", fiscalizem o novo ciclo que
com ele se abre. "Vamos, todos juntos, construir um país à medida dos
nossos sonhos".
Também mencionou alguns dos problemas
mais imediatos do país, como as cheias que mataram 25 pessoas e desalojaram
perto de 70 mil pessoas, além de terem destruído infraestruturas (redes de
absatecimento eléctrico e estradas). "Não descansarei enquanto Moçambique
não tiver vias de acesso transitáveis em todas as épocas do ano". As
províncias da Zambézia, Nampula, Cabo Delgado e Niassa estãos às escuras e o
novo Chefe de Estado disse que quer "que os moçambicanos vivam num país
cada vez mais iluminado".
Nyusi colocou alto a fasquia da sua
presidência ao prometer também começar a resolver o problema da alimentação.
"A alimentação condigna não deve constituir um previlégio, ela é um
direito básico dos moçambicanos". Ler aqui»»
//PÚBLICO
Bom artigo
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