quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Câmara de Lisboa vai ajudar na reconstituição do centro de Bissau

Arquitectas da autarquia vão fazer um primeiro reconhecimento dos jardins adjacentes ao palácio presidencial guineense.

Duas arquitectas paisagistas da Câmara Municipal de Lisboa partem esta quarta-feira para Bissau para fazerem o levantamento e elaborarem um projecto de beneficiação das áreas ajardinadas adjacentes ao Palácio Presidencial da Guiné-Bissau.

A deslocação de Maria José Fundevila e Paula Alves, do quadro da autarquia lisboeta, vai decorrer ao longo de dez dias, e resulta das boas relações bilaterais entre as câmaras de Lisboa e de Bissau no quadro da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLP).

“Este trabalho faz parte de um programa de assistência técnica, que, a prazo, poderá adquirir uma dimensão mais sustentada, tendo em vista responder aos desafios e às necessidades da população, tanto actuais como futuros”, explica ao PÚBLICO o engenheiro Manuel Ferreira de Almeida, da UCCLA em Lisboa.

O palácio presidencial de Bissau, edifício de arquitectura colonial de meados do século XX, que albergou o governador de Portugal na Guiné, foi parcialmente destruído no decorrer da guerra civil de 1998/99, tendo sido entretanto recuperado através da cooperação chinesa. Em 2013, voltou a ser a residência oficial da Presidência da República, tendo hoje como inquilino José Mário Vaz, eleito nas eleições de Junho do ano passado, e que fora já também presidente da Câmara de Bissau.

A presente deslocação das duas arquitectas da Câmara de Lisboa responde a “um pedido formulado pelas autoridades guineenses, incluindo a Câmara Municipal de Bissau”, acrescenta Manuel Ferreira de Almeida, adiantando que o projecto de intervenção inclui também a Praça dos Heróis Nacionais, o jardim circular que no tempo colonial se chamava Praça do Império.

As duas arquitectas vão, numa primeira fase, fazer o reconhecimento das áreas de intervenção e reunir com os técnicos locais com vista à execução de um projecto de execução, que deverá ficar concluído no início do Verão.

Esta colaboração da câmara de Lisboa com a sua congénere de Bissau – actualmente presidida pelo compositor e músico Adriano Gomes Ferreira – decorre das relações bilaterais no quadro da UCCLA, de que as duas cidades capitais foram fundadoras, em 1985. Neste mesmo ano, a capital portuguesa, então presidida por Nuno Krus Abecasis, assinou também um acordo de geminação com a sua congénere guineense.

As duas cidades, de resto, e apesar do conturbado processo político-militar nesta ex-colónia portuguesa em África, têm mantido elos de ligação e intercâmbio, que passaram, por exemplo, na década passada, pelo apoio à construção de uma escola da UCCLA em Bissau.


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