A plantação de cajueiros na Guiné-Bissau
tem de ser reordenada, uma vez que essa actividade está a destruir floresta e a
conduzir o país a uma situação de monocultura de rendimento, afirmou em Bissau
um antigo dirigente do sector.
Constantino Correia, engenheiro
florestal que dirigiu o sector entre 2004 e 2005 e que agora acompanha
projectos de auto-suficiência alimentar, disse à agência noticiosa Lusa que
todos os anos são abatidos entre 30 mil e 80 mil hectares de floresta para
obter lenha, carvão, madeira para diferentes usos e para plantar árvores de
fruto ou outros trabalhos agrícolas.
O número pode ser conservador, uma vez
que tem por base o inventário florestal de 1985, o único de que o país dispõe,
mas as visitas ao terreno mostram que o avanço do cajueiro lidera a pressão
sobre a floresta, adiantou.
O caroço do fruto, depois de seco, é o
principal produto de exportação da Guiné-Bissau (que é um dos maiores
produtores mundiais) e a principal fonte de rendimento de uma população em que
quase 70% das pessoas vivem na pobreza (dados da ONU).
O engenheiro florestal argumentou não
estar contra a produção de caju mas sim contra o facto de estar a ser mal
cultivado, dizendo “não temos pomares de caju, temos matos de caju.”
Esta situação faz com que a
produtividade seja muito baixa, de 500 quilogramas de castanha por hectare,
contra duas toneladas por hectare na Nigéria e quase três toneladas por hectare
no Vietname.
Estimativas oficiais apontam para uma
exportação de 200 mil toneladas até ao final de 2015, estando o preço por
quilograma pago este ano pelos compradores a atingir valores recorde, entre 670
e mil francos CFA (entre 1 e 1,65 dólares). Com o Macauhub
Tem toda a razão
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