O Fundo Monetário Internacional vai
reter os seus pagamentos futuros com a Guiné-Bissau, a menos que o governo
recue na sua decisão de compra de empréstimos mal parados por governo de
Domingos Simões Pereira
O Fundo Monetário Internacional vai
reter os seus pagamentos futuros com a Guiné-Bissau, a menos que o governo
recue na sua decisão de compra de empréstimos mal parados, anunciou o
representante do FMI, Oscar Melhado.
Os doadores também suspenderam o apoio
orçamental igual a 2,1 por cento do PIB para este ano, segundo Oscar Melhado,
numa declaração à agência de notícias, Reuters. As contribuições totais dos
doadores, incluindo o apoio directo ao orçamento e ao financiamento dos
sectores e projectos específicos, normalmente compõem cerca de 80 por cento do
orçamento guineense.
Como uma das condições para a retoma de
qualquer pagamento por parte do FMI, a instituição exige às autoridades
guineenses a apresentação de um novo orçamento para 2016, levando em conta o
apoio orçamental perdido.
“O FMI não vai desembolsar quaisquer
parcelas de créditos pendentes, tal como previsto anteriormente”, disse
Melhado.
Em Julho de 2015, O FMI aprovou um
empréstimo de 24 milhões de dólares à Guiné-Bissau para ajudar o Estado
guineense a sair da crise, mas durante o mesmo ano o governo de Domingos Simões
Pereira rejeitou o conselho do FMI e procedeu ao pagamento de 34 bilhões de
francos CFA (57,81 milhões de dólares), 5,5 por cento do PIB, para liquidar
“maus” empréstimos, através do Banco da África Ocidental e do Banco da União.
O ex-primeiro-ministro, Simões Pereira,
que supervisionou o acordo disse à Reuters que a tal medida era necessária para
evitar falência do sector privado. Mas, de acordo com o FMI, as acções
governamentais que decorreram durantes os mandatos de Domingos Simões Pereira e
Carlos Correia, “apenas beneficiaram os mais ricos e outros ricos investidores
estrangeiros, em detrimento da melhoraria das infra-estruturas e a redução da
pobreza”.
Durante o mês de Abril, o Governo da
Guiné-Bissau emitiu títulos do tesouro no valor de 12 mil milhões de francos
CFA (20 milhões de dólares) para suprir alegadamente um défice na tesouraria
pública guineense. Entretanto, um mês mais tarde, o Ministério Público da
Guiné-Bissau anunciou que estava a averiguar o levantamento daquilo que
considera de exorbitantes somas em dinheiro, tendo ordenado o congelamento de
várias contas do Estado.
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