Os 15 deputados eleitos na lista do
PAIGC que se opõe à direcção do partido admitiu hoje estar aberto ao diálogo,
com algumas condições, e voltou a convidar o presidente daquela força política
guineense, Domingos Simões Pereira, a demitir-se.
"Em nome de interesses superiores
do partido", o grupo desafiou o líder do Partido Africano da Independência
da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) "a demitir-se e permitir a criação de uma
comissão de gestão até ao congresso" do partido, a realizar em 2018,
referiu Tomané Baldé, um dos 15 deputados, em conferência de imprensa.
O pedido de demissão surge em resposta
ao convite para encontros de reconciliação feito pelo PAIGC na quinta-feira. Aliás
este pedido já tinha sido feito Botché Cande…
“Os 15 deputados eleitos na lista do
PAIGC ", dizem estar aberto ao diálogo, mas só se forem "levantadas incondicionalmente" as sanções impostas pelos
órgãos do partido a cada um dos seus membros.
Os contestatários da direcção do PAIGC
pedem ainda que lhes sejam devolvidos os lugares na bancada parlamentar do
partido e que sejam anuladas sanções aplicadas a outros membros militantes e
dirigentes ligados aos 15 deputados eleitos na lista do PAIGC.
Apesar de defenderem a demissão de Simões
Pereira, o afastamento está fora da lista de condições que impõem para o
diálogo que o PAIGC, por seu lado, pretende encetar entre segunda e
quarta-feira da próxima semana, individualmente, com cada um dos 15 deputados eleitos
na lista do PAIGC.
Os 15 deputados eleitos na lista do
PAIGC, juntou-se em Janeiro ao maior partido da oposição (PRS - Partido da
Renovação Social) para formar uma nova maioria parlamentar e um novo Governo, a
que o Presidente da República deu posse em Junho - depois de demitir pela
segunda vez na legislatura um Governo do PAIGC, vencedor com maioria absoluta
das eleições de 2014.
O actual primeiro-ministro, o 3º vice-presidente
do PAIGC, Baciro Djá, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Soares Sambú, são
dois dos 15 deputados eleitos na lista do PAIGC.
No entanto, as divisões e o recurso aos
tribunais impediu que o parlamento funcionasse durante este ano, deixando o
país sem orçamento do Estado e sem programa de Governo.
“Os 15 deputados eleitos na lista do
PAIGC” responsabilizou hoje Domingos Simões Pereira pelos prejuízos causados
durante este ano ao país e ao partido e comprometeu-se em continuar a conciliar
posições com o PRS.
O porta-voz do PRS, Vítor Pereira,
também hoje, noutra conferência de imprensa, aplaudiu o convite para o diálogo
feito pelo PAIGC, que espera ver chegar a bom porto, mas classificou-o como
"tardio".
Aquele responsável apontou "a
gestão desastrosa da direcção do PAIGC" como factor de instabilidade no
país. Com a Lusa
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