O Ministério da Defesa da Guiné-Bissau e
a ONU lançaram ontem um guia de direitos humanos para as Forças Armadas, dias
depois de os militares terem sido acusados por uma organização nacional de
violar garantias fundamentais.
O guia apresenta "o sistema
internacional dos direitos humanos, bem como a configuração e o papel que
cabe" aos militares num "Estado de direito democrático", lê-se
no prefácio da publicação de 80 páginas. O texto foi assinado por Miguel
Trovoada, ex-representante da ONU
O guia apresenta-se como uma "base
para a formação de formadores em direitos humanos" de maneira a integrar
"o conteúdo programático da futura Academia Militar".
O guia foi simbolicamente distribuído
pelos militares no Dia das Forças Armadas Revolucionárias do povo da Guiné-Bissau, que ontem se
assinala.
Na quinta-feira, um relatório
apresentado pela Liga Guineense dos Direitos Humanos, em Bissau, acusou os
militares de espancamentos, detenções arbitrárias, assassinatos e desrespeito
pelos tribunais entre 2013 a 2015.
Os militares tomaram o poder num golpede Estado em 2012, porque
o governo liderado por Carlos Gomes Jr. introduziu armamento, através dos
militares angolanos, no país sem brévia aprovação da ANP levando a um período
de transição até às eleições de 2014 após as quais o Chefe de Estado-Maior das
Forças Armadas, António Indjai, foi substituído pelo atual líder, Biaguê Nan
Tan. com a Lusa
Apesar de toda desinformação e campanha desnecessária por parte da Lusa,
a ONU, através do seu representante na Guiné-Bissau, UNIOGBIS lança guia dos
direitos humanos para as FARP.E, é de saber que:
Conhecer os direitos humanos e respeita-los
em todas as circunstâncias devem ser um dever e uma obrigação para todos pelo
bem-estar da humanidade. A sua instituição e implementação, não fazem nada
senão, trazer os benefícios, o progresso e a justiça social. Por esta razão, o
Gabinete Integrado das Nações Unidas para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau
(UNIOGBIS) procedeu no dia 16 de Novembro 2016 no Clube da Estrela Negra de
Bissau, o lançamento do Guia Prático dos Direitos Humanos para as Forças
Armadas.
O presente guia prático que acaba de ser
entregue às autoridades militares vem reforçar os outros documentos de
orientação já existentes nas forças armadas guineenses.
A ocasião do lançamento do guia que
coincidiu com a celebração do 52º aniversário das Forças Revolucionarias do
Povo (FARP), testemunha o reconhecimento pela comunidade internacional os
comportamentos cívicos exemplares demonstrados pelas estruturas militar na
manutenção da paz estabilidade e segurança no país.
O facto referido pelo Representante
Especial do Secretário-geral da ONU na Guiné-Bissau, Modibo Ibraim Turé que no
seu discurso proferido no acto solene disse que, com este evento, as forças
armadas bissau-guineenses dão um sinal forte da sua adesão aos direitos do
homem e também da vontade de projectar uma imagem renovada de defensores destes
direitos.
No inicio da mensagem Turé sublinhou ser
“uma dupla honra estar convosco neste dia. Primeiramente, por que é o dia das
Forças Armadas bissau-guineenses, e eu vos felicito em nome das Nações Unidas.
Em segundo lugar, é uma honra estar aqui porque vocês celebram este dia
lançando um guia dos direitos humanos, um guia para o qual muitos contribuíram.
Com este evento, as forças armadas bissau-guineenses dão um sinal forte da sua
adesão aos direitos do homem e também da vontade de projectar uma imagem
renovada de defensores destes direitos”.
Adiantou que a ideia de produzir o Guia,
que é publicado hoje, é o resultado das necessidades que eles têm encontrado
juntos durante as sessões de formação em todas as regiões da Guiné-Bissau desde
2010. Para realçar a importância do presente documento que servira de
instrumento de instrução e preparação para os efectivos, disse que o guia foi
uma contribuição activa do Ministério da Defesa e dos Combatentes da Liberdade
da Pátria, do Gabinete do Chefe do Estado Maior das Forças Armadas, Tribunal
Militar Superior, o Vasco Biagué, UNICEF, organizações femininas e outras
ONG´s, facto pelo que também expressou a sua gratidão por essas contribuições.
Felicitou o Ministério da Defesa e o
Estado Maior das Forças Armadas pelo seu lançamento assinalando este dia
especial para as forças armadas e a vontade de introduzir direitos humanos nos
seus programas de treinamento.
“O Guia procura, de uma forma simples,
aumentar a consciência das normas internacionais de direitos humanos, o direito
internacional humanitário e o papel específico das Forças Armadas na sociedade.
Foi concebido como uma ferramenta de treinamento para orientar treinadores
militares do Centro de Cumeré, e também como uma preparação inicial para as
missões de manutenção da paz”.
O Representante Especial recordou que a
Guiné-Bissau contribuiu de forma excelente para importantes missões de
manutenção da paz da ONU incluindo Angola, Moçambique, Libéria, Ruanda e Chade.
É agora necessário reforçar a formação das forças Armadas, a fim de retomar as
suas contribuições para a manutenção da paz internacional.
“Mais uma vez, agradeço ao Ministério da
Defesa e das Forças Armadas ter convidado as Nações Unidas a participar na
formação futura sobre estes direitos em Cumeré e parabéns por introduzir
direitos humanos na formação regular das Forças Armadas. As Nações Unidas
aguardam a formalização desta iniciativa o mais rapidamente possível.
Lançamento do Guia de Direitos Humanos para as Forças Armadas
ResponderEliminarna presença do Representante Especial do Secretário-Geral da ONU, Modibo Touré, do Ministro da Defesa Nacional, Eduardo Sanhá e representantes das Forças Armadas e Sociedade Civil.