domingo, 13 de novembro de 2016

O selecionador de futebol da Guiné-Bissau, Baciro Candé, assumiu o objetivo de superar a fase de grupos da Taça das Nações Africanas de 2017

O selecionador de futebol da Guiné-Bissau, Baciro Candé, assumiu hoje o objetivo de superar a fase de grupos da Taça das Nações Africanas (CAN) de 2017, depois da qualificação inédita para a competição a disputar no Gabão.

Presente pela primeira vez na fase final da CAN, a Guiné-Bissau vai defrontar a seleção gabonesa, a 14 de janeiro, medindo forças depois com Camarões e Burkina Faso, a 18 e 22, respetivamente.

"Tudo é possível, é mais fácil enfrentar o anfitrião no jogo inaugural do que mais tarde. Acredito no grupo de trabalho, que é coeso, determinado e, sem grandes estrelas, tem como estrela a coesão. Está fora de questão ficar na fase de grupos, o nosso objetivo principal é passar esta fase", afirmou o técnico, em entrevista à agência Lusa.

 Durante o estágio em Rio Maior, Baciro Candé reconheceu que a qualificação para a CAN2017 representa "o ponto mais alto do futebol da Guiné-Bissau", concretizado graças aos alicerces criados pelos seus antecessores Norton de Matos e Paulo Torres, a quem agradeceu, observando agora as dificuldades na fase final.

"A Guiné-Bissau está num grupo muito pesado, muito forte. São equipas com grande experiência e grandes jogadores. Nós viemos do nada e vamos continuar a ser humildades a fazer o nosso trabalho", frisou.

Mesmo sem alguns jogadores nesta concentração, Baciro Candé mostrou-se satisfeito com a preparação, ambicionando contar com o esboço para os 23 'eleitos', a anunciar a 20 de dezembro, no próximo estágio, a decorrer igualmente em Rio Maior, entre 10 e 12 de dezembro.

"Este é o primeiro estágio e em meados de dezembro, mesmo sem data FIFA, tudo faremos para conseguir que os clubes dispensem os jogadores. Espero que não haja lesões, porque procuramos ter os melhores para corresponder às expetativas", referiu.

Apesar do feito histórico, Baciro Candé recusou que a atual seja a melhor geração de jogadores guineenses de sempre, atribuindo as ausências anteriores a algumas adversidades e casualidades.

"Acho que a Guiné-Bissau, apesar de ser um país pequeno e humilde, já merecia ter estado nestas andanças há mais tempo. Não houve essa possibilidade, mas Deus abriu-nos a porta agora e, julgo eu, todos os guineenses e amigos da Guiné estão de parabéns", frisou.

O técnico, que já tinha comandado os 'Djurtus', encontrou "muitas diferenças" no seu regresso, assinalando a tentativa da Guiné-Bissau "acompanhar a evolução" para "tentar fazer o seu máximo para poder dignificar o país".

A qualificação para a CAN2017, assegurada em junho último com o triunfo no Grupo E, impondo-se a Congo, Zâmbia e Quénia, assegurou "respeito", sem resolver o impasse quanto aos pagamentos de ordenados à equipa técnica, tendo Baciro Candé admitido ser "muito difícil ultrapassar os últimos sete meses".

"É complicado, por isso é que digo que os jogadores estão de parabéns. O país está em dívida com estes profissionais pelo patamar em que puseram a Guiné-Bissau e acho que merecem outro respeito", rematou, assegurando que a situação está a ser resolvida.

Entre os convocados de Baciro Candé contam-se o internacional luso sub-20 Zé Turbo (Tondela), que cumpre a sua estreia na seleção guineense, entre outros 'portugueses', casos de João Mário (Desportivo de Chaves), Mamadu Candé (Tondela), Nconco (Sporting da Covilhã), Jonas Mendes (Salgueiros), Abel Camara (Belenenses) Nanísio Soares (Felgueiras), Cícero (Paços de Ferreira) e Piqueti Djassi (Sporting de Braga B).


A CAN2017 vai ser disputada em quatro cidades do Gabão, entre 14 de janeiro e 05 de fevereiro.

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