A iniciativa é de um grupo de jovens
poetas, escritores e outras organizações e pessoas amantes da cultura, que
decidiram eleger as sextas-feiras, dia das suas atividades, denominando-lhe
“Sextas Poéticas”, em que na sexta passada, Amura foi sorteado para o evento.
Fizeram representar no acto, vários
poetas e escritores nacionais, entre os quais, Ernesto Dabo, Abulai Sila,
Conduto de Pina, Jorge Otinta, Major Manuel da Costa, Capitão Adão Quade,
Adriano (Atchos Esprees) entre outros e dos demais Generais, oficiais
superiores, subalternos, Sargentos e Praças, população civil, nacionais e
estrangeiros e o conhecido musico, Ramiro Naca.
A Ocasião serviu para o Chefe da Divisão
da Educação Cívica, Assuntos Sociais e Relações Públicas do Estado Maior
General das Forças armadas, Brigadeiro General, Albertinho António Cuma, louvar
a iniciativa da associação dos poetas da Guiné-Bissau que escolheram a
Fortaleza de Amura para realização deste acto. Recordou que a escrita revela o
passado e futuro daí que é importante explorar a história junto das pessoas que
os conhecem, sobretudo no caso da Guiné-Bissau que viveu muitos episódios.
Segundo o General Cuma, as Forças
Armadas hoje viraram a página Negra para branca, de forma a acabar com todos os
males que afetam a nossa sociedade e para que o povo possa viver na
tranquilidade e paz. Afirmado que a presença dos poetas nestas instalações,
mostra um avanço significativo na política de actuais chefias militares, que
elegeram como prioridade a paz, tranquilidade e o bem-estar deste povo,
garantindo-lhe que durmam bem e compreendem a razão da revolução, que todos
sofreram com ele.
Para ele, o povo estava em todos os
lados ajudando os combatentes, carregando as balas, portanto hoje acabe lhes
saber lidar e pensar naquele povo que ontem estavam junto e hoje onde está?
será que tem hospitais, escolas? e como está a sentir o fruto da luta de
libertação nacional?
O General Advertiu aos jovens quadros de
que, são eles é que devem alertar e despertar a consciência dos líderes,
através das escritas, visitas aos lugares históricos e interpretar aquilo para
que todos os dirigentes militares e civis possam ganhar a consciência para
construir as bases da revolução e acabar com toda a situação vigente no país.
Pois, é só assim que podem dizer que são independentes, e que todos beneficiem
dessa independência.
Convidou ainda os jovens a visitar a
Fortaleza d´Amura quando quizerem porque os militares hoje estão mais
preocupados com a manutenção da paz e da segurança do seu povo. para que possem
frequentar as aulas e divertir sem medo, porque as constantes instabilidades e
barulhos, isso, não é a independência.
O General reconheceu que ao longo da
história marcada com sucessivas instabilidades em que os militares não
beneficiaram de nada, se não mataram-se uns os outros. Por isso, convidou os
jovens militares a apostarem mais na escola e na formação para melhorar suas
vidas futuras.
Durante o acto desfilaram espaços
abertos marcados com recitas de poesias por diferentes vozes, com destaque, os
militares Capitão Adão Quade e Tenente Felismina Gomes da Silva. Foi também
assinalado com a apresentação do livro Maré branca nas Bulínia do escritor,
Major Manuel Da Costa.
O evento foi intercalado com a
apresentação da história de construção da fortaleza da Nossa Senhora da
Conceição que numa altura foi chamada Praça de Guerra por Major Quintino
Napoleão dos Reis e foi esta que posteriormente chamada fortaleza São José de
Amura, em homenagem desse senhor que assinou o decreto ligado a construção
desse local, na qualidade do Rei de Portugal em 1692.
Está fortaleza segundo a história tem
dois marcos, cujo primeiro simboliza a resistência dos nossos martirizados
povos e a presença colonial em todo o território por onde os portugueses
passaram.
Em 16 de outubro de 1696 com a grande
solenidade na presença do Bispo Dom vitoriano da Costa, lançam a primeira pedra
para a construção da futura fortaleza. Esta construção durou quase um século,
por quanto foi várias vezes destruída, não obstante, em 1687 deu-se início a
obra e mais tarda interrompida a construção da primeira Fortaleza. E em 16 de
Outubro de 1696 iniciaram as obras de construção da segunda Fortaleza. Em 09 de
Fevereiro de 1735 iniciaram as obras da terceira Fortaleza e em 26 de Dezembro
de 1765 começou-se a reabilitação da quarta Fortaleza que corresponde atual
Fortaleza, são José de Amura. Do lançamento da primeira pedra até a inauguração
passaram 70 anos.
Segundo o Major, para a construção desse
espaço foram necessarias várias negociações entre os Reis portugueses e os
régulos papeis de Bissau. A concessão do espaço para a construção desse local
foi negociado pelos seguintes régulos e reis. O primeiro regulo que começou a
negociar para a concessão do terreno foi Acompolo Có com o rei Dom Pedro 5º, o
regulo Insinha Té foi quem assinou no livro de registro das alfândegas de
Bissau a venda por 300 barafudas moedas na altura correspondente a 60.000 reis,
e o regulo Bacampolo Cá acompanhado de 200 guerreiros assina um ato de
conscientemente para construção de uma nova Fortaleza em 17 de fevereiro de
1753.
O Major Quintino Napoleão dos Reis
afirmou que o alvará de 15 de Março de 1692 é o registo de nascimento da cidade
de Bissau. No entretanto salientou que a fortaleza servia de abrigo fortificado
das tropas ocupantes construída de forma quadrado com 67 braças de lado e 4
Baluartes que foram designados com os nomes, Bandeira, Puana, Onça, e Balança.
Nesta Fortaleza foram construídas
residências para o Governador com os seus funcionários e tropas e uma grande
caserna dos oficiais e 200 soldados na épocas, um quarto de arrecadação de
géneros, um paiol, uma capela matriz, instalações hospitalares e outras
construções que serviam das alfândegas e armazéns.
Perante esta história, o Major defendeu
que Honório Pereira Barreto foi o único Guineense nativo ao longo da Ocupação
colonial nomeado Governador da Guiné. Entretanto, em 13 de Março de 1837,
Honório Pereira Barreto, é nomeado Governador interino da Guiné, em 29 de
Janeiro de 1854 foi de novo nomeado ao cargo do Governador interino da Guiné e
em 24 de Março do mesmo ano, foi nomeado Governador da Guiné por um período de
três anos tendo sido reconduzido ao mesmo cargo para o mesmo período a 30 de
Novembro de 1858.
De salientar que Honório Pereira Barreto
morreu a 26 de Abril de 1859, dentro da Fortaleza de amura onde estava a
desempenhar a função do Governador da Guiné.
O acto serviu ainda para o Coronel Tcham
Na Man, Chefe da Divisão de Serviço de Saúde Miliatar do Estado Maior General,
deixar a sua testemunha sobre operação Amílcar Cabral ou seja a Batalha de
Guiledje também denominada Operação Maimuna.
Este evento que simboliza o resforço dos
laços de confiança entre a classe castrense e sociedade civil terminou com a
explanação do Major General José Sanhá na qualidade do convidado do dia, narrou
a história da sua vida desde a fase de mobilização, militância no PAIGC, fase
da Guerrilha, da Formação do Exército regular (FARP) e a independência. Com as
FARP’s
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