terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Angola impediu quem denúnciou a corrupção de viajar para Lisboa

As autoridades angolanas impediram ontem Adriano Parreira, o professor de História que apresentou queixa em Portugal contra os principais dirigentes angolanos, de entrar a bordo do avião que o levaria para Madrid e depois para Lisboa.
No auto de apreensão, a que o Expresso teve acesso, é referido que Adriano Parreira terá de se apresentar na Procuradoria Geral de Angola, mas não adianta o motivo. Por email, Adriano Parreira, que é membro da Academia de História e tem dupla nacionalidade portuguesa e angolana, diz que lhe apreenderam os passaportes "sem qualquer justificação" e "nem sequer me indicaram uma data para me apresentar na procuradoria". Mais: "O auto nem sequer tem número. O que é isto?".
Adriano Parreira garante que se apresentará na procuradoria "assim que reunir com o advogado". Em declarações à "Sabado", o professor universitário diz que está a ser alvo de "uma retaliação".
Adriano Parreira apresentou em Portugal contra os principais dirigentes do país, incluindo o número dois do Governo, Manuel Vicente, o general Hélder Dias Vieira, chefe de segurança da presidência, e o assessor deste, Leopoldino Nascimento.
Antigo embaixador, Adriano Parreira foi condenado por alegado desvio de fundos e a devolver um milhão de euros que terá gasto sem justificação. Cumpriu dois anos de prisão.

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