terça-feira, 5 de agosto de 2014

Ainda a propósito do futebol na Guiné-Bissau



Nada melhor que consultar arquivos, ler, tentar perceber tudo, antes de nos pronunciarmos sobre o que desconhecemos, por teimosia, por aventureirismo, por protagonismo, etc., etc. Procuro sempre estar informado/esclarecido, para formar ideia sobre algo a que me proponho debater/discutir! O que tenho vindo a defender sobre a independência da Federação de Futebol da Guiné-Bissau, também já tinha sido defendido, num outro contexto, pelo anterior Presidente da Federação de Futebol da Guiné-Bissau, José Medina Lobato.

Posto isto, fico por aqui, neste debate, pois perante factos, não há argumentos. Ou sabemos o que estamos a debater, ou então, estamos a perder tempo. Se não há dinheiro na Federação, certamente não é por falta de apoio financeiro da FIFA... Obrigado! Didinho


Por, Fernando Casimiro (Didinho)

Desculpem a intromissão, com respeito e consideração pela iniciativa questiono: o que é que se pretende com o Movimento Pró Futebol?

Quem pode mudar o Futebol federado da Guiné-Bissau para além da Federação de Futebol da Guiné-Bissau?

A Federação é estruturada pelos clubes associados, que dela fazem parte e não pelos movimentos sociais de propensão desportiva, concretamente ao futebol. Só os associados da Federação, tendo presente os Estatutos da própria Federação de Futebol da Guiné-Bissau, podem proporcionar mudanças na Instituição que pertencem e mais ninguém, que isso fique bem claro, meus irmãos e amigos. Imagine-se um Movimento pró- Benfica ou Sporting etc., etc., a querer mudar algo relativamente a esses clubes?

Ou um Movimento pró- PAIGC a querer mudar algo relativamente ao PAIGC ou qualquer partido político...

Penso que devemos ler o essencial da Federação Internacional de Futebol (FIFA) antes de nos aventurarmos em assuntos que apenas contribuem para dividir ainda mais os guineenses.

Diz-se que o Futebol une as pessoas. É verdade, até certo ponto. Mas pergunto, quantos e quais são os guineenses que têm acesso aos bilhetes de ingresso aos estádios, para assistirem um jogo de futebol?

Provavelmente com o custo do bilhete, a maioria dos guineenses opta por comprar um pão, um litro de leite e outros géneros alimentícios, estou errado?

Como é que se pode envolver tanto, de forma equivocada, a meu ver, com o Futebol federado, que é um Negócio, com estruturas próprias que não passam por nenhuma aprovação do Governo e que não têm contas a prestar a nenhum "eleitorado", que não aos sócios da própria Federação de Futebol da Guiné-Bissau e à FIFA?

Porque é que se pretende fazer do Futebol federado um problema nacional, quando o Estado, na pessoa representativa do poder executivo que é o Governo, não tem, no futebol, funções e actividades de obrigação?

Imaginemos outros sectores cujas entidades não sendo públicas, são de direito privados, como uma Televisão privada, uma rádio privada, as Igrejas e tantas entidades privadas, incluindo os clubes de futebol. Alguém, para além dos associados e dos órgãos sociais dessas entidades, tem o direito de mudar algo nessas instituições, apenas porque, os resultados não são de agrado do público?

Está na hora de pensarmos um pouco mais com a cabeça e não, com o coração...! Peço desculpa se feri sensibilidades, mas sou um Homem do debate de ideias e não resisto à tentação, ciente de que, a minha opinião não vale mais do que qualquer outra opinião, mas que ajuda a exercitar mentes, num contexto de diversidade de pontos de vista. Obrigado e um abraço a todos.

Nota: Os artigos assinados por amigos, colaboradores ou outros não vinculam a IBD, necessariamente, às opiniões neles expressas.

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