Estamos de volta, com as nossas reflexões avulsas
após primeira que foi recebido muito bem. Já agora aproveitamos para agradecer
comentários e mensagens de incentivo, esta é a nossa forma de, em primeiro
lugar, partilhar o nosso ponto de vista sobre a nossa Guiné-Bissau e, em
segundo lugar – mas sem tais pretensões, consciencializar e sensibilizar o
leitor. Talvez, por isso, vamos sempre falar para a juventude, a força da
mudança!
Por, Mamadú Saibana Baldé
A euforia provocada pelo sucesso do processo e
término de período da transição vai diluindo e, até contraditoriamente dar
lugar a frustração só porque o governo apresentado pelo Eng.º Domingos Simões
Pereira não foi tão tecnocrata nem tão intelectual e não rompeu por completo
com a transição.
Acresce ainda o facto do Presidente Dr. José Mário
Vaz demorar em demonstrar rigor e zelo de que os guineenses têm fome. É que
para a população a madeira continua a passear pelas ruas das Cidades do país,
“o presidente só viaja” – pior fecha estradas horas a fio quando viaja. Enfim a
verdade é que a convicção do povo revela impaciência porque a mensagem da
campanha eleitoral foi forte e directa, no caso de Presidente a mensagem foi
reforçada na tomada de posse e agora demora em meter a mão na lama.
Aos Nossos Governantes
É nossa convicção que o futuro da Guiné-Bissau pode
e deve ser aquele que o povo sonha, um povo tão martirizado não merece os
políticos que até hoje estiveram na direcção do país, daí que é importante que
esses homens que são nossos dirigentes tenham noção que o prazo de validade que
lhes é conferido é cada vez mais curto e envolve menos regalias de desculpas, o
primeiro-ministro parece ter noção disso, o relógio está a andar – disse na sua
tomada de posse. Aos nossos governantes queremos comunicar basta de palavras! O
futuro é hoje, com Trabalho. O que queremos amanhã tem que ser trabalhado agora
para que não tenhamos a vergonha de amanhã, por exemplo, não saber justificar
aos nossos filhos como podemos permitir que todos os nossos vizinhos tenham
internet moderno e nós andamos sempre na retaguarda.
O nosso país é hoje um desafio, que todos devemos
abraçar. A melhor resposta que devemos dar a onda da solidariedade que vamos
tendo é a de rigor e seriedade, muito contrário do que aconteceu, por exemplo,
com a viagem da selecção nacional à Botswana. Quem fala disso não pode esquecer
da tristeza que representou notícias sobre as nossas embaixadas – Portugal e
Brasil, desvios de dinheiros e de procedimentos. Ora meus concidadãos havia
necessidade, tinha mesmo que ser assim na via pública para humilhar a nação?
Tenhamos consciência, meter mão na lama deve ser
valorizar cada acção que envolve a nossa pátria porque trata-se de bem-comum,
de acontecimentos que perduram. Por isso senhores governantes, dirigentes da
nação tenham sempre noção da responsabilidade que é representar o país.
Juventude: a diferença qualitativa!
É impossível que a juventude da Guiné-Bissau não
constitua inspiração para qualquer observador atenta da nossa realidade.
Contrariamente aos políticos a juventude com o seu vício vai labutando para
melhorar o país. Por favor inspirem-se em jovens, nós somos a diferença
qualitativa.
Veja-se, por exemplo, está a decorrer no Centro
Cultural Brasil Guiné-Bissau programa de Meninas para Meninas de RENAJELF (Rede
Nacional de Jovens Mulheres Líderes) que espelha a dinâmica dos jovens
guineenses e contraria a inacção das ditas redes de organizações juvenis que
trabalham de Agosto em Agosto. Com a RENAJEF encontramos referências de pessoas
aplicadas em autoformação e sensibilização da sociedade para questão de género.
…com confiança no futuro
A arma mais poderosa do opressor é a mente do
oprimido
Steve Biko – Revolucionário Sul-africano
A Guiné-Bissau está longíssimo de ser um caso
perdido é, antes, um desafio interessante que deve captar atenção de todos os
seus filhos. A mudança passa pela criação de uma juventude livre mentalmente.
Os jovens devem ser capazes de interpretar a demanda da urgência, não
interessar-se pela patética promessa de – vocês jovens são o futuro – quando é
o futuro? Que futuro pode a classe esbanjadora que tem-nos governado dar aos
jovens? Nenhuma! Os 40 anos de (in) dependência mais do que decepcionantes
constituem importante testemunho para a demanda dos jovens, podemos e devemos
correr com todos aqueles que desgraçaram o país de todos nós.
Engana-se a/o jovem que espera pela altura certa
para fazer diferença, não há hora certa e a urgência do momento exige acção. A
começar pela luta no seio das organizações de fazemos parte com dirigentes
indignos.
Do rol de soluções além de adopção de uma postura
condigna com valores morais e éticos de excelência, devemos ter sempre em consciência
que o país é um bem-comum e pugnar pela democracia e acção em prol da
comunidade. Sejamos jovens em todos os sentidos. A irreverência pede-se. E já!
Nota: Os artigos assinados por amigos, colaboradores ou
outros não vinculam a IBD, necessariamente, às opiniões neles expressas.
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