quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Guiné-Bissau comemora hoje 41 anos da Independência Nacional

A República da Guiné-Bissau comemora hoje (quarta-feira) o seu 41º aniversário da Independência Nacional, proclamada a 24 de Setembro de 1973.

Foi uma colónia de Portugal desde o século XV até proclamar unilateralmente a sua independência, em 24 de Setembro de 1973, reconhecida internacionalmente.

País da costa ocidental da África, Guiné-Bissau foi a primeira colónia portuguesa do continente africano a ter a independência de Portugal (ex- colonizador).

Breve história do país:

Antes da chegada dos europeus e até o século XVII, a quase totalidade do território da Guiné-Bissau integrava o reino de Gabu, tributário do legendário Império Mali, dos mandingas, que florescera a partir de 1235 e subsistiu até ao século XVII.

O primeiro navegador e explorador europeu a chegar à costa da actual Guiné-Bissau foi o português Nuno Tristão, em 1446.

A colonização só teve início em 1558, com a fundação da vila de Cacheu. Mais tarde, durante o Estado Novo de Salazar, a colónia passaria a ter o estatuto de província ultramarina, com o nome de Guiné Portuguesa.

A vila de Bissau foi fundada em 1697, como fortificação militar e entreposto de tráfego de escravos. Posteriormente elevada a cidade, tornar-se-ia a capital colonial, estatuto que manteve após a independência da Guiné-Bissau.

Luta de Libertação Nacional:

Em 1956, Amílcar Cabral liderou fundação do PAIGC – Partido Africano para a Independência da Guiné Bissau e Cabo Verde, que, no início da década de 1960, iniciou a luta armada contra o regime colonial. Cabral foi assassinado em 1973, em Conacri, num atentado que o PAIGC atribuiu aos serviços secretos portugueses mas que, na verdade, fora perpetrado por um grupo de guineenses do próprio partido, que acusavam Cabral de estar dominado pela elite de origem cabo-verdiana.

Apesar da morte do líder, a luta pela independência prosseguiu, e o PAIGC declarou unilateralmente a independência da Guiné-Bissau em 24 de Setembro de 1973. Nos meses que se seguiram, o acto foi reconhecido por vários países.

Todavia Portugal só reconheceu a independência da Guiné-Bissau em 10 de Setembro de 1974, após a Revolução dos Cravos.

Entretanto, a política da Guiné Bissau ocorre em um contexto multipartidário de uma República semipresidencial em uma democracia representativa em transição, por meio do qual o presidente é chefe de Estado e o primeiro-ministro é chefe do governo. O poder executivo é exercido pelo governo, enquanto o poder legislativo é investido tanto pelo governo quanto pela Assembleia Nacional Popular. Desde 1994, o sistema partidário é dominado pelos socialistas do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde e do Partido para Renovação Social.

Apesar do quadro democrático e constitucional, os militares têm exercido parcela substancial do poder e interferiram várias vezes na liderança civil desde que eleições multipartidárias foram instituídas em 1994. Nos últimos 16 anos, Guiné-Bissau sofreu dois golpes de Estado, uma guerra civil, uma tentativa de golpe, e um assassinato presidencial pelos militares. Nenhum presidente exerceu as suas funções, um período de 5 anos completo.

Economia:

 Guiné-Bissau, muito dependente da agricultura e da pesca, é objecto de um programa do FMI (Fundo Monetário Internacional) para o ajuste estrutural. A castanha de caju, de que é hoje o sexto produtor mundial.

 O país exporta peixe e mariscos, amendoim, semente de palma e madeira. As licenças de pesca são uma importante fonte de receitas. O arroz é o cereal mais produzido e um ingrediente típico e indispensável na alimentação.

Demografia:

A população da Guiné-Bissau é constituída por uma variedade de etnias, com línguas, estruturas sociais e costumes distintos. A maioria da população vive da agricultura e professa muitas vezes religiões tradicionais locais. Cerca de 45% dos habitantes praticam o Islão e há uma minoria de cristãos. As línguas mais faladas são o Balanta, o fula e o mandinga, entre as populações concentradas no Norte e no Nordeste.

Outros grupos étnicos importantes são os balantas e os pepéis, na costa meridional, e os manjacos e os mancanhas, nas regiões costeiras do Centro e do Norte. O Crioulo Guineense, com base lexical no português, é a língua veicular interétnica, segundo a publicação do ANAGOP.

Cultura:

O país possui um património cultural bastante rico e diversificado. As diferenças étnicas e linguísticas produziram grande variedade a nível da dança, da expressão artística, das profissões, da tradição musical, das manifestações culturais.

A dança é, contudo, uma verdadeira expressão artística dos diversos grupos étnicos.

Os povos animistas caracterizam-se pelas belas e coloridas coreografias, fantásticas manifestações culturais que podem ser observadas correntemente por ocasião das colheitas, dos casamentos, dos funerais, das cerimónias de iniciação.

O estilo musical mais importante é o gumbé. O Carnaval guineense, completamente original, com características próprias, tem evoluído bastante, constituindo uma das maiores manifestações culturais do País.

A Guiné-Bissau faz fronteira a norte com o Senegal, a este e sudeste com a Guiné-Conacri e a sul e oeste com o oceano Atlântico.

Actualmente faz parte da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), das Nações Unidas, dos PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa) e da União Africana (UA).

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